Ministro da Presidência: "Gera perplexidade porque é que o PS não colocou perguntas por escrito"
António Leitão Amaro disse, esta segunda-feira, que só o PS e o Chega podem impedir a ida para as eleições legislativas antecipadas. O ministro da Presidência referiu que Montenegro respondeu hoje por escrito às perguntas colocadas pelos partidos.
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Sobre a entrega do requerimento pelo PS, esta segunda-feira, para uma comissão parlamentar de inquérito ao caso da empresa Spinumviva, o ministro da Presidência afirmou que gera "perplexidade" porque é que os socialistas não colocaram perguntas por escrito ao primeiro-ministro, à semelhança do que fez o Bloco de Esquerda e o Chega.
O governante revelou, em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministro, que Luís Montenegro respondeu esta segunda-feira às questões enviadas pelos partidos. "O primeiro-ministro está disponível e aceita o exercício do escrutínio", declarou aos jornalistas.
"São questões [enviadas por escrito pelo BE e o Chega] que podem ser esclarecidas. Gera perplexidade porque é que o PS não fez as perguntas por escrito e não usou este mecanismo em concreto", salientou Leitão Amaro. O PS entregou, esta segunda-feira, um requerimento na Assembleia da República para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito ao caso da empresa familiar de Montenegro, a Spinumviva. O ministro de Estado e da Presidência referiu que o chefe de Governo respondeu hoje às questões dos dois partidos, "antes do prazo legal".
Questionado sobre o timing do envio das respostas por Montenegro aos partidos, menos de 24 horas antes do debate da moção de confiança, Leitão Amaro referiu que o primeiro-ministro o fez atempadamente e apontou que o conteúdo exige "trabalho sério" e "rigoroso". "O primeiro-ministro responde a perguntas sobre o seu percurso, a sua vida profissional legítima e aspetos até das relações patrimoniais familiares", sublinhou.
O ministro da Presidência colocou nas mãos do PS e do Chega a ida ou não do país a eleições legislativas antecipadas. "Os portugueses não querem eleições. Os portugueses querem que o Parlamento confie no Governo para governar. (...) Há ou não há eleições em função do voto, em particular do Partido Socialista e do Chega. Ambos podem determinar e vão determinar se há eleições", referiu.
Antes do debate da moção de confiança, marcado para esta terça-feira às 15 horas, o Governo reuniu-se hoje em Conselho de Ministros. O encontro do Executivo serviu para aprovar vários diplomas, nomeadamente a revisão das carreiras especiais da Função Pública, a criação de contratos de associação para o pré-escolar, de um plano nacional de literacia mediática e outro para a segurança dos jornalistas e a regulação da oferta de assinaturas de jornais para jovens.
A reunião do Conselho de Ministros deverá ter sido a última do Governo em plenitude de funções, já que a moção de confiança tem o chumbo garantido com os anunciados votos contra do Chega e do PS.