O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou esta segunda-feira que ainda tem esperança num acordo com os médicos, na reunião que terá na terça-feira com os sindicatos.
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“Tenho a sensação que o que nos separa é muito pouco, vamos ver o que os sindicatos nos dizem. Também é preciso que se aproximem das nossas posições”, afirmou o ministro, esta segunda-feira em Coimbra, onde assinou o auto de transferência de competências para a Saúde com a Câmara Municipal.
Para Manuel Pizarro, tem havido uma aproximação por parte do Governo às posições sindicais, lembrando que, na última reunião, esta já decorreu em condições mais delicadas, com a perspetiva de eleições.
“Embora o Governo esteja na plenitude das suas funções, é diferente governar com a expectativa de uma legislatura. Havia medidas que aceitávamos implementar porque iríamos assumir essa responsabilidade de adaptação do Serviço Nacional de Saúde”, admitiu.
“Apelo de médico para médico”
Na cerimónia, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, fez um apelo “de médico para médico” a Manuel Pizarro para chegar a um acordo com os sindicatos.
“O Serviço Nacional de Saúde precisa de paz social. E faço um apelo para que seja possível chegar a um acordo com os médicos para não depauperar mais o Serviço”, afirmou, admitindo que não culpa o ministro, seu colega de profissão. “Acredito que se o ministro pudesse, teria ido mais longe nas negociações”, considerou.
Com a assinatura desta segunda-feira, são agora 176 os municípios que aceitaram as competências na Saúde, num universo de 201. “Estamos a negociar município a município, já vi as coisas mais difíceis”, admitiu Manuel Pizarro.
Apesar de o auto ter sido assinado, José Manuel Silva deixou algumas críticas ao processo. “Temos esperança que a Comissão de Acompanhamento e Monitorização, que terá de ser constituída nos próximos meses, acerte a verba necessária. Não tenho dúvidas que as Autarquias têm maior capacidade de desempenhar estas funções em proximidade, mas a verba é insuficiente”, apontou.