Manuel Pizarro afirmou que o Governo vai negociar com a indústria farmacêutica a revisão dos preços dos medicamentos. De acordo com o ministro da Saúde, o Estado necessita de um "limite à despesa" com os fármacos. O processo negocial começa em novembro e poderá exigir um aumento do valor pago pelos consumidores nas farmácias.
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"O país não pode suportar um aumento com a fatura do medicamento como aquela que tem ocorrido nos últimos dois anos. Precisamos de um acordo com a indústria que imponha claramente um limite à despesa global do Estado" com os fármacos, adiantou Manuel Pizarro, em entrevista ao "Jornal de Negócios" e à "Antena 1", divulgada este domingo. As negociações com a indústria farmacêutica começam no próximo mês, em novembro.
O ministro da Saúde disse ser preciso "discutir com os parceiros uma certa revalorização dos preços, sobretudo dos medicamentos, que têm hoje um preço muito baixo, muito degradado". O governante alertou que, caso não haja essa revisão de valores, o fornecimento e a produção de certos fármacos poderão mesmo ficar em causa, porque não "encoraja a sua continuidade".
Pizarro defende, no entanto, que o aumento dos preços dos medicamentos não "pode ser superior ao aumento da riqueza nacional". De acordo com o semanário "Expresso", o Governo admitiu a subida do valor dos medicamentos para o consumidor final, devido ao crescimento dos custos de produção. A situação é mais gravosa nos medicamentos mais baratos, cuja produção pode terminar por não ter viabilidade económica. Alguns componentes dos fármacos, como o amido, tiveram um aumento do preço de cerca de 300%.