Ministro da Saúde garante que inspeções não serão afetadas pelas cativações das Finanças
O ministro da Saúde disse, este sábado, que a inspeção no terreno não deverá ser afetada pelas cativações das Finanças "porque há muitos meios de conduzir a investigação, que não exigem a presença física", afirmou Manuel Pizarro durante uma visita a Vila Flor.
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O trabalho remoto, é, para o ministro, "uma das poucas consequência positivas da pandemia é termos aprendido que com há muito trabalho que pode ser feito com as novas tecnologias", acrescentou. "O problema colocava-se em outubro do ano passado, mas já não se coloca este ano, porque no orçamento não há nenhum problema de cativações que diminua a capacidade de ação da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde", vincou.
O ministro, que participou numa homenagem ao médico Miller Guerra, em Vila Flor, admitiu estar a acompanhar "com preocupação" as denúncias sobre más práticas clínicas no Hospital Amadora-Sintra. "Está a ser investigado por parte do Estado, precisamente pela IGAT e Ordem dos Médicos. Espero que haja uma notícia célere sobre o resultado dessa investigação, porque, das duas uma, ou quem denuncia tem razão e isso tem de ser corrigido de imediato, ou quem denuncia não tem razão e tem de ser punido de imediato", afirmou.
Manuel Pizarro quer celeridade nas conclusões. "Manifesto a minha enorme confiança na capacidade da prestação clínica da esmagadora maioria dos médicos portugueses em geral e, em especial, dos médicos cirurgiões do Amadora-Sintra, mas teremos que apurar aquelas denuncias", acrescentou.
Pizarro espera que nos próximos dias haja conclusões "claras" que permitam "sossegar a opinião pública, porque eu não tenho dúvidas que os profissionais são pessoas qualificadas que fizeram um percurso formativo muito exigente que têm a sua situação profissional reconhecida pela Ordem dos Médicos e pelo Estado".
Sobre a situação das maternidades, o ministro disse que vai ser reproduzido nos próximos três meses na região de Lisboa e Vale do Tejo o modelo seguido nos fins de semana do Natal e do Ano Novo, em que os serviços funcionaram com tranquilidade, porque houve previsibilidade", recordou reconhecendo que "é uma solução de recurso, porque não é possível ter tudo a funcionar em pleno", destacou o ministro da Saúde, garantindo o funcionamento pleno das 13 maternidades da região Norte, onde poderá ser necessário contratar pessoal. "Estamos a avaliar com rigor antes de anunciar as medidas", adiantou.
Os enfermeiros convocaram uma greve para fevereiro, Manuel Pizarro mostrou disponibilidade para negociar e dialogar com os sindicatos e "chegar a plataformas de entendimento", mas reconheceu que as greves "fazem sempre perturbação no serviço". Daí que seja preciso ver o que está por de trás da greve "para ver se é possível atalhá-la", observou. "Em dezembro aconteceu uma revalorização destes profissionais como não havia memória nas últimas décadas, melhorando a posição remuneratória de cerca de 20 mil enfermeiros", explicou.