O ministro da Defesa classificou, em Vila do Conde, de "valor incalculável" o esforço das forças nacionais destacadas, no âmbito de alianças nas Nações Unidas, na União Europeia, na NATO e na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
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Na cerimónia de comemoração dos 700 anos da Marinha Portuguesa, José Azeredo Lopes sublinhou, em concreto, "o papel que as forças destacadas desempenham na promoção dos interesses de Portugal e a sua contribuição para a paz e segurança globais".
É fundamental estarmos preparados nas águas deste mar português
"Mas seria injusto que não sublinhasse a importância fundamental de que se reveste neste plano a cooperação na área da segurança marítima com os países de língua portuguesa. Devo dizer que nos encontros que tenho tido com os meus congéneres de distintos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é-me muito grato verificar como neste domínio e em relação à Marinha são sempre reconhecidas a Portugal e à Marinha portuguesa competência e capacidades exemplares", disse.
O ministro salientou também que "a manutenção da soberania sobre as águas de jurisdição nacional e a garantia das condições para o exercício dos direitos de soberania sobre a Plataforma Continental".
Azeredo Lopes lembrou que o país quer estender a Plataforma Continental e que tal extensão depende "da preservação e melhoria das capacidades de fiscalização e vigilância, de salvamento marítimo e de combate quer aos tráficos ilícitos de vidas humanas, de droga e de armas quer à pirataria".
Marinha tem como missão "garantir que o nosso país utilize o mar na medida justa e sustentável do interesse nacional"
"É fundamental, por isso, estarmos preparados nas águas deste mar português. É imperativo que sejamos capazes de responder globalmente no quadro das nossas alianças a estes flagelos que constituem uma nova e muito séria ameaça a nível europeu, mas também a nível global", sublinhou.
De acordo com o ministro, nesta legislatura, uma das responsabilidades da defesa nacional é contribuir para a capacitação da Marinha com os recursos humanos e materiais necessários, para que se mantenha equilibrada e apta a desenvolver a sua missão.
Segundo o ministro, a Marinha tem como missão: "garantir que o nosso país utilize o mar na medida justa e sustentável do interesse nacional".
Mais de 300 mil milhas náuticas percorridas [2016], suficientes para dar 15 voltas ao mundo
Durante o ano de 2016, disse Azeredo Lopes, registaram-se "mais de cinco mil dias de missão cumpridos, mais de 40 mil horas de navegação realizadas, mais de 300 mil milhas náuticas percorridas, suficientes para dar 15 voltas ao mundo, ou, não menos importante, as 457 vidas salvas nas missões de busca e salvamento".
Este ano, em linha com o que aconteceu no ano transato, "a dotação da linha de programação militar é reforçada em 20 milhões de euros da componente financiada por receitas gerais e isenta de cativações", afirmou.
Neste sentido, referiu o ministro, "iniciou-se quer o processo da modernização dos helicópteros da Marinha, quer a modernização das fragatas da classe de Bartolomeu Dias. Está igualmente em curso a construção de dois navios de patrulha oceânica, que se perspetiva sejam aumentados ao efetivo da esquadra em 2018".
"É pouco, é aquilo que é hoje possível. Destaco também a assinatura do contrato de construção de duas embarcações salva-vidas da classe vigilante modificada, contrato que envolve a Marinha e o Arsenal do Alfeite, entidades tuteladas ambas pelo ministro da Defesa Nacional. Desta forma asseguramos em simultâneo um ganho que é substancial em matéria de salvamento marítimo, socorro e assistência e pessoas navios e embarcações em perigo e uma dinamização que é muito importante da indústria portuguesa de construção naval", acrescentou.