O ministro da Saúde admitiu, esta sexta-feira, que o aumento da mortalidade esta semana é "mais um elemento de preocupação", mas advertiu que estes dados devem ser analisados com prudência e estudados no seu conjunto.
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Segundo os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), a mortalidade em Portugal registou um pico desde o passado fim de semana e o dia de Natal, com 440 óbitos, foi aquele em que mais pessoas morreram nos últimos 10 anos.
Questionado, à margem da cerimónia dos 100 anos do IPO de Lisboa, se este aumento da mortalidade pode estar relacionado com a pressão a que tem estado sujeito o Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos últimos dias, o ministro afirmou que é preciso ser "muito prudente" a analisar esses dados.
"Nas curvas de mortalidade, nós não podemos analisar dias isolados, temos de ver o seu conjunto", disse Manuel Pizarro, adiantando que, por comparação com anos anteriores, registou-se uma mortalidade bastante inferior nos meses de outubro e novembro deste ano.
O governante sublinhou que é, "naturalmente, mais um elemento de preocupação", mas insistiu que são números que devem ser analisados "com prudência quando todos os dados estiverem reunidos".
Apelou ainda à população elegível para a vacinação contra a gripe e a covid-19 que se vacine caso ainda não o tenha feito.
"Temos uma enorme cobertura vacinal, mas aqueles portugueses que têm indicação para se vacinarem contra a gripe e contra a covid-19, que são todos os que têm mais de 60 anos de idade, e ainda não o fizeram, ainda vão a tempo de se dirigirem ao centro de saúde ou à farmácia para se vacinarem", salientou.
Manuel Pizarro, que também é médico, realçou que esta "é a melhor medida" que se pode tomar para prevenir a gravidade da gripe.
Segundo os últimos dados da Direção-Geral da Saúde, a cobertura vacinal contra a gripe nas pessoas com 60 ou mais anos é de 61,87%.
Os casos de gripe têm colocado pressão nas urgências dos hospitais, sobretudo na região de Lisboa, onde esta semana já se verificaram tempos de espera para doentes urgentes a rondar as 18 horas.
Para responder ao pico de procura, também a Linha SNS 24, que recebeu 204 mil chamadas em dezembro, vai abrir dois novos centros de atendimento.
Segundo os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), a Linha SNS 24 recebeu mais de 204 mil chamadas este mês, sendo que só no dia 26 foram atendidas mais de 9500 chamadas (mais quatro mil do que no dia anterior) e no dia 27 cerca de 10.200.
Para fazer face a um previsível aumento da afluência nesta época festiva, as autoridades mantiveram a funcionar com horário complementar centenas de centros de saúde no fim de semana e no dia de Natal, medida que vai repetir-se na passagem do ano.