O ministro da Saúde defendeu, esta segunda-feira, a criação de mecanismos que agilizem a renovação da medicação dos doentes crónicos pelos farmacêuticos comunitários, assim como o acesso à informação clínica por parte daqueles profissionais de saúde. Manuel Pizarro comprometeu-se também a "organizar de forma mais ativa" a dispensa de medicamentos hospitalares nas farmácias, de forma a poupar longas viagens aos utentes.
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Foi a resposta política ao repto deixado minutos antes pelo bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, durante a sessão solene do Dia Nacional do Farmacêutico.
Referindo-se aos serviços "muito úteis" prestados pelos farmacêuticos durante a pandemia, o ministro disse que há obrigação de os generalizar, com as correções necessárias.
"Estou comprometido com essa agenda política de organizar de forma mais ativa" a dispensa de proximidade de medicamentos "poupando viagens difíceis a muitos doentes e poupando também recursos ao Estado".
E também com "a criação de mecanismos que agilizem a renovação da medicação crónica", poupando as tarefas burocráticas do lado da Saúde e "otimizando as condições para que os farmacêuticos possam ter uma participação ativa na gestão da doença crónica".
Exemplificando com os milhares de hipertensos ou diabéticos, Manuel Pizarro disse ter "consciência da importância de aproximar os doentes do diagnóstico e do acompanhamento".
No final, aos jornalistas, o ministro explicou que está a ser criado o perfil da informação de saúde a que o farmacêutico poderá ter acesso.
Críticas do bastonário
Pouco antes, o bastonário dos farmacêuticos, Hélder Mota Filipe, tinha lamentado que Portugal não esteja na dianteira em termos de serviços de saúde prestados à população pelas farmácias e deixado críticas à forma "incompreensível como foi gerido o envolvimento dos farmacêuticos" na gestão da pandemia, inicialmente recusado e depois, na fase crítica, solicitado de forma urgente para a realização de testes.
Manifestando confiança na nova equipa ministerial e no diretor executivo do SNS, Hélder Mota Filipe disse que "os farmacêuticos estão disponíveis para melhorar o serviço à população retirando pressão ao SNS".
Para tal, há duas condições que entende serem essenciais: acesso a informação clínica relevante dos utentes e comunicação entre os diferentes prestadores.