O Governo da coligação, que foi derrubado no Parlamento, está em exercício há duas semanas. Toda a equipa receberá por cada dia que passa, enquanto não houver outro Executivo.
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Considerando o salário bruto e as despesas de representação, antes dos descontos e sem contar com os cortes no setor estatal, o primeiro-ministro, o vice e os outros ministros já ultrapassam, cada, três mil euros em 14 dias.
A 30 de outubro, o presidente da República deu posse a Passos Coelho e à sua equipa de 16 ministros e 36 secretários de Estado: 53 no total. Os ministros terão direito a receber pelos dias que trabalharam, mais despesas de representação. O Estatuto Remuneratório dos Titulares de Cargos Políticos só prevê uma subvenção em caso de incapacidade, o que já não acontecesse com as subvenções vitalícias e o subsídio de reintegração.
O salário dos governantes é uma percentagem do ordenado do presidente da República (7630 euros, antes das medidas de austeridade): 75% para o primeiro-ministro; 70% para o vice; 65% para os ministros; 60% para os secretários de Estado. Passos Coelho ganha, brutos, 5722; Paulo Portas 5341; os ministros 4959 e os secretários de Estado 4578. A isto acresce o abono mensal para despesas de representação. Somadas as duas parcelas, o primeiro-ministro já vai em 3738 euros; o vice em 3489; os ministros em 3240 e os secretários de Estado em 2884.
O Governo em exercício continuou a marcar presença em cerimónias, no dia após a queda. Foi o caso, por exemplo, do novo ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, que fez inaugurações em Vagos e no Pombal, e do ministro da Defesa, Aguiar-Branco, que presidiu à cerimónia do 92.º aniversário da Liga dos Combatentes, em Lisboa. Rui Machete, dos Negócios Estrangeiros, representa o país numa cimeira europeia, em Malta. Entretanto, PSD e CDS terminam hoje o "road show" pelas distritais para explicar o programa, já chumbado.
