O presidente da Câmara de Lisboa anunciou que a autarquia passará a organizar, a partir deste ano, uma "grande iniciativa" para celebrar o 25 de Novembro. Carlos Moedas alegou ser necessário "celebrar todas as datas", para que não caiam no esquecimento. Também criticou os "ativismos radicais" de "minorias barulhentas".
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"A partir deste ano, para além daquilo que serão os festejos do 25 de Abril, a Câmara Municipal [de Lisboa] terá uma grande iniciativa para celebrar o 25 de Novembro", anunciou Moedas, esta quinta-feira, na cerimónia dos 113 anos do 5 de outubro.
O 25 de Novembro de 1975 é visto, por alguns setores, como uma data que impediu que o país entrasse na órbita comunista. A Assembleia da República não prevê celebrar a data, o que tem valido alguma contestação por parte da Direita.
O autarca da capital fez um discurso bastante crítico do Governo, falando na necessidade de dar "esperança" aos jovens através da descida de impostos. Só assim, argumentou, será possível fazer com que estes deixem de trabalhar apenas para sustentar "a máquina do Estado" e se tornem independentes sem terem de sair do país. A este propósito, lembrou que ele próprio emigrou - foi comissário europeu e trabalhou no banco Goldman Sachs.
Moedas defendeu ainda que o país precisa de "bom senso", "moderação" e "pragmatismo" para combater os "radicalismos" e as "minorias barulhentas" dos "ativistas radicais", numa referência aos recentes protestos de manifestantes pelo clima. "Quem fomenta esses radicalismos arrisca-se a colher, mais cedo ou mais tarde, a dissolução do regime", dramatizou.
Tal como o presidente da República faria momentos mais tarde, também o autarca lisboeta alertou para os perigos de os falhanços das democracias liberais abrirem "vazios" que são aproveitados por terceiros. Marcelo Rebelo de Sousa centrar-se-ia, contudo, menos nos ativismos juvenis e mais na emergência de regimes políticos autoritários.
O presidente da Câmara de Lisboa defendeu ainda que o "bom senso" a que aludiu é necessário para que se superem as "diferenças partidárias" e o país vire a página em difinitivo. Essa é, considerou, a condição para que as pessoas "voltem a acreditar que os discursos políticos têm consequências práticas".