O candidato apoiado por PSD e CDS à Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, falou pela primeira vez, esta quinta-feira, já na nova pele. Moedas disse que "os novos tempos já chegaram", apontando também à conquista do voto dos lisboetas "desencantados" de modo a "reconstruir" a capital.
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"É importante para a nossa democracia unir o centro-direita em Portugal", afirmou o ex-comissário europeu e antigo secretário de Estado do Governo de Pedro Passos Coelho, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa - onde, há 32 anos, entrou pela primeira vez para frequentar o curso de Engenharia.
No entanto, Carlos Moedas garantiria, depois, que esta candidatura não é um ponto de partida para tentar, um dia, governar Portugal. "O meu projeto de vida é ser presidente da Câmara de Lisboa" e levar o mandato "até ao fim". "É o meu sonho, não tenho outro", garantiu.
Moedas - que agradeceu o apoio de "incondicional" de Rui Rio e do PSD, bem como o do CDS - revelou que o seu objetivo é "congregar o espaço não socialista, moderado e progressista". Para isso, espera conseguir também o apoio da Iniciativa Liberal - com quem está a dialogar - e de muitos "independentes" que se sentem "tão desencantados com a política que a abandonaram".
Moedas referiu ainda que a decisão de se candidatar foi, simultaneamente, "emocional" - porque, sendo natural de Beja, cedo percebeu que Lisboa era a cidade da sua vida, conforme referiu - e, também, "racional" - já que, "nos últimos anos", sente ter-se perdido "uma certa conexão entre a cidade e as pessoas".
"Uma cidade que não cuida das pequenas coisas"
O ex-comissário e antigo negociador com a 'troika' admitiu que a capital portuguesa tem de continuar a ser sólida no que toca ao turismo e à atração de feiras internacionais. "Mas não chega", referiu, dizendo que, para além de "atrair" turistas e eventos, é necessário "construir" e criar "talento e inovação".
Moedas afirmou ainda ter encontrado uma Lisboa "diferente" desde que regressou de Bruxelas, em 2019. Muitos habitantes não têm médico de família, há "sujidade nas ruas" e "a pobreza e os sem-abrigo são cada vez mais visíveis". Tudo isso, argumentou, desprotege os mais vulneráveis e faz da capital "uma cidade que não cuida das pequenas coisas".
O candidato apoiado por sociais-democratas e democratas-cristãos comprometeu-se a "reconstruir" Lisboa e a conferir "ar fresco à capital", após 14 anos de governação socialista.
"Estamos perante novos tempos. E muitos, incluindo os que estão no poder na Câmara de Lisboa, não se deram conta de que esses tempos já chegaram", afirmou Carlos Moedas.