Moedas escreveu carta a Costa exigindo esforço paritário na Jornada Mundial da Juventude
A Câmara de Lisboa revelou esta sexta-feira que está disponível para investir até 35 milhões de euros na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza em agosto de 2023, mas aguarda que o Governo diga qual a despesa que vai assumir, insistindo que "os compromissos assumidos pelo Estado, direta e indiretamente, sejam, no mínimo paritários com o esforço feito pela autarquia de Lisboa".
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O coordenador do Grupo de Projeto para a JMJ, José Sá Fernandes, disse esta sexta-feira ao JN que o município comprometeu-se com várias obras fundamentais, inclusive a instalação de eletricidade e água, para a realização do evento, mas recentemente recuou por falta de verba.
A autarquia garante que "assumiu as suas responsabilidades" e "continua à espera de resposta do Governo que, até ao momento, ainda não assumiu as suas".
O município considera que, tal como em anteriores eventos mundiais, "os apoios do Governo foram claros", também neste o Estado tem de assumir uma parte. Num comunicado, a CML diz ainda que o presidente Carlos Moedas assumiu por escrito numa carta enviada ao primeiro-ministro "a estimativa dos custos suportados pela autarquia" e um investimento até 35 milhões de euros. E que, esta semana, aprovou um reforço de despesas em 21 milhões de euros.
José Sá Fernandes disse ao JN que "não quer conflitos", mas está "apreensivo". "Estivemos a trabalhar num documento durante quatro meses. A Câmara responsabilizou-se por uma data de tarefas e, em meados de julho, disse que era muito dinheiro e não fazia. Não se consegue fazer um evento sem ecrãs, som, água e eletricidade. É preciso uma decisão urgente", apelou.
"Havia um documento para ser assinado, a Câmara de Lisboa já tinha dito o que fazia mas agora está a dizer que há umas coisas que não faz. Não andamos a conversar sobre um papel durante meses para depois não ser aquele o papel", afirmou.