O primeiro-ministro admitiu, este domingo, pela primeira vez, reconduzir Mário Centeno como governador do Banco de Portugal. À RTP, Luís Montenegro considerou que o antigo ministro das Finanças "reúne todos os requisitos". Governo anuncia decisão na quinta-feira.
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"A decisão do Governo pode ser manter o atual governador ou substituí-lo. É a decisão que vamos anunciar na próxima quinta-feira", declarou o primeiro-ministro, à RTP, no Funchal, onde decorre a festa anual do PSD/Madeira. "O Dr. Mário Centeno reúne todos os requisitos para ser governador do Banco de Portugal, isso não está em causa", considerou.
As declarações de Luís Montenegro à estação pública foram feitas uma hora depois de ter assegurado, aos jornalistas, que o Governo vai indicar o nome do novo governador do Banco de Portugal na quinta-feira, após a reunião do Conselho de Ministros. O mandato do antigo ministro socialista das Finanças e ex-presidente do Eurogrupo à frente do banco central terminou formalmente neste domingo, mas o economista já se mostrou disponível para continuar mais um mandato à frente do organismo.
Questionado sobre o perfil indicado para o cargo, Luís Montenegro sublinhou que "o perfil do governador do Banco de Portugal não muda com o tempo". "É sempre o mesmo", apontou o chefe do Governo, acrescentando que "terá de ser e é uma pessoa competente, uma pessoa que garanta tudo aquilo que é o cumprimento das funções de um banco central, naquilo que é a arquitetura que hoje, à escala europeia, também está definida".
Nos últimos meses, entendimentos diferentes sobre as previsões para o país apontaram para a substituição de Mário Centeno. Em janeiro, a SIC Notícias avançou que o nome do antigo ministro das Finanças de António Costa não seria proposto pelo Governo para cumprir um segundo mandato, algo que o atual responsável pela tutela afastou. "O tema nunca foi comentado em Conselho de Ministros, nunca foi objeto de qualquer conversa minha com o primeiro-ministro, e faremos a reflexão e tomaremos a decisão quando o mandato se estiver a aproximar do final", reiterou na altura Joaquim Miranda Sarmento, afirmando que qualquer notícia sobre o assunto era "extemporânea".
Caso o Governo opte por outra escolha, o nome do próximo governador do Banco de Portugal terá de passar pela Assembleia da República, para uma audição, sendo que as comissões parlamentares apenas funcionam até à próxima sexta-feira, 25 de julho, interrompendo o trabalho para férias parlamentares.