Na primeira mensagem de Natal do mandato, o primeiro-ministro considera que Portugal é um “dos países mais seguros do mundo”, mas alerta que é necessário salvaguardar “esse ativo para não o perdermos”. Montenegro aponta à criação “riqueza” como solução para estancar a saída de portugueses para o estrangeiro.
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Voltado para um discurso de “futuro e de esperança”, Montenegro assegurou que quer “continuar a reforçar os serviços de saúde e a garantir uma escola pública de qualidade”, apostar na mobilidade verde e “promover uma imigração regulada para acolher com dignidade e humanismo aqueles que escolherem viver e trabalhar no nosso país”. “Vamos combater a criminalidade económica, o tráfico de droga e a criminalidade violenta. Somos um dos países mais seguros do mundo, mas temos de salvaguardar esse ativo para não o perdermos”, disse, sublinhado que “Portugal está em movimento”.
Além disso, o chefe de Governo revelou que o Executivo vai executar o “maior investimento em habitação pública” realizado nas últimas décadas e incentivar a construção e vendas de casas a preços acessíveis para os cidadãos.
Antes, revisitou o primeiro ano de governação, onde observou a aprovação “do primeiro orçamento de que há memória que não aumenta um único imposto”, nomeando também o desagravamento dos impostos, as medidas destinadas aos jovens, o aumento do salário mínimo e a valorização salarial dos salários na administração pública. Nos mais velhos, referiu que as atualizações das pensões foram feitas “sem truques”.
Rigor e equilíbrio orçamental num mundo em convulsão
“Aumentámos duas vezes o complemento solidário para idosos e utilizámos uma parte da disponibilidade orçamental para atribuir um suplemento extraordinário às pensões até 1527 euros”, disse. “O novo governo trouxe novas prioridades e novas opções. Não viemos para olhar ou criticar o passado. Viemos para cuidar do presente e construir o futuro. Estamos a resolver questões mais urgentes, ao mesmo tempo que vimos implementando transformações estratégicas e estruturais”, vincou.
Montenegro disse ainda que “esta nova política de baixar os impostos e valorizar os salários e as pensões é realizada com rigor e equilíbrio orçamental”, alertando para a instabilidade dos mercados internacionais. “Num mundo em convulsão, com guerras militares e comerciais a gerar incerteza e imprevisibilidade, numa Europa apreensiva com a estagnação da Alemanha e o endividamento da França, Portugal é um referencial de estabilidade e um país de oportunidades”, referiu.
A fechar a mensagem, dirigida em especial aos que “se encontram mais sozinhos e desprotegidos” o primeiro-ministro lembrou os 50 anos do 25 de Abril e os 100 anos do nascimento de Francisco Sá Carneiro e Mário Soares, que considera “dois artífices da nossa democracia”, bem como os 500 anos do nascimento de Luis de Camões. “O Governo acredita na capacidade de superação de todos vós, no vosso espírito de solidariedade e tolerância. Trabalhamos juntos para não deixar ninguém para trás”, concluiu.