Luís Montenegro afirmou esta quinta-feira, no início da reunião do Conselho Nacional do PSD, que este é "um partido que não se esgota" na fiscalização do Governo, mas que "é verdadeiramente alternativo" e "está num processo de reconciliação com os eleitores portugueses". O líder contrapôs à "coesão" do PSD uma crescente "divisão interna" e marcação de território no PS que diz ter "contagiado" o Governo por culpa de António Costa.
Corpo do artigo
"Fico muito satisfeito pelo desempenho que todos tivemos ao longo deste quase um ano de mandato. Não tenho nenhuma dúvida de que o PSD está hoje muito melhor do que estava há 11 meses e meio e tenho todas as razões para achar que o Governo está muito pior do que estava há 14 meses e meio", afirmou na abertura dos trabalhos.
Portanto, "para aqueles que se dedicam a fazer uma análise comparativa entre o desempenho do maior partido da Oposição e o desempenho do partido que lidera o Governo e que obteve uma maioria absoluta nas últimas legislativas, não é caso para nós termos qualquer problema com aquilo que nos compete", continuou o líder do PSD.
Montenegro defendeu que "o PSD é hoje um partido coeso e unido na diversidade do pensamento que sempre caracterizou esta instituição. É um partido mais próximo, que está num processo de reconciliação com os eleitores portugueses".
É também "um partido que não abdica da sua tarefa de escrutínio, de fiscalização da atividade do Governo, mas que não se esgota nisso, por mais que se esforcem em dizer o contrário. É um partido verdadeiramente alternativo, que apresenta propostas e ideias", prosseguiu. E, neste balanço, diz estar "muitíssimo à vontade" com a comparação que possa ser feita com qualquer outro partido no papel de Oposição.
Aos que acusam os sociais-democratas de estarem "muito nervosos", garantiu que estão "muitíssimo tranquilos" e "convictos do caminho" que estão a percorrer. A propósito, concordou que a vida dos portugueses não se resume aos casos que envolvem o Governo.
"Este clima de reconciliação com os eleitores portugueses é tudo o contrário do que se passa para os lados do PS e do Governo", acusou ainda o líder do PSD. "Aqui há coesão, no Governo e no PS há descoordenação", insistiu.
A seu ver, existe "cada vez mais uma evidente divisão interna" e "demarcação do terreno político e partidário para os próximos anos". Do mesmo modo, "há contágio do Governo" por essa demarcação de território. E "esse contágio tem um responsável que é o chefe do Governo, que voluntária e intencionalmente levou para o interior do Governo precisamente essa questão e tem contribuído para uma cada vez mais notária incapacidade de transformar o país".
Conselho discute congresso de novembro
Da ordem de trabalhos desta reunião do Conselho Nacional do PSD consta a convocação do 41.ª congresso extraordinário, que já foi anunciado para 25 de novembro, bem como a aprovação do respetivo regulamento. Montenegro diz que este conclave será oportunidade para rever os estatutos mas também para "reunir a família" social-democrata e preparar os próximos atos eleitorais.
Em abril, Luís Montenegro sublinhou que o congresso iria servir para fazer uma revisão dos estatutos do PSD. E, no mês seguinte, já no contexto das reportagens da TVI/CNN sobre a "Operação Tuttifrutti", adiantou aspetos que quer incluir, como "um código ético para dirigentes e representantes partidários", com sanções, e a possibilidade de os militantes elegerem o presidente do PSD sem as duas últimas quotas anuais pagas. O objetivo é criar uma comissão para receber e debater as propostas de alteração.