Montenegro diz que saída de diretor executivo do SNS "pode e deve" ser acompanhada pelo Parlamento
O primeiro-ministro defendeu hoje que as “circunstâncias que motivaram” a saída do diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “podem e devem ser acompanhadas pela Assembleia da República”, garantindo para breve um novo nome para o cargo.
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“Neste momento aquilo que é necessário dizer é que houve uma decisão pessoal que partiu do diretor executivo do SNS, que nós respeitámos. Obviamente que as circunstâncias que motivaram podem e devem ser acompanhadas por parte da Assembleia da República (AR) e eu não vou envolver-me nisso”, afirmou Luís Montenegro.
O líder do Governo falava aos jornalistas na Maia, distrito do Porto, à margem da cerimónia que marcou o arranque da Maia Capital Portuguesa do Voluntariado.
“Aquilo que compete ao Governo nesta circunstância é substituição por outra personalidade, é nisso que estamos a trabalhar, eu e a ministra da Saúde e eu irei brevemente dar nota do próximo responsável pela direção executiva do SNS”, apontou o chefe do Governo.
António Gandra D'Almeida pediu na sexta-feira a demissão imediata das suas funções de diretor executivo do SNS depois de o canal de televisão SIC ter noticiado que acumulou, durante mais de dois anos, as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas urgências de Faro e Portimão, tendo com isso ganhado mais de 200 mil euros por vários turnos de trabalho.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, aceitou o pedido de demissão apresentado por António Gandra D'Almeida.
"A arriscar" na habitação
Luís Montenegro afirmou também que o Governo está "a arriscar" nas suas soluções para a habitação, rejeitando "deixar tudo na mesma" e dirigindo críticas à anterior ação do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).
"Querem resolver o problema da habitação mantendo tudo na mesma? Pois eu acho que não deve ser assim. Nós estamos aqui para arriscar as nossas soluções. Para arriscar com a sociedade, com as autarquias, com os engenheiros, com os arquitetos, com os técnicos, para arriscar com as instituições públicas, sim", assumiu hoje Luís Montenegro no Porto.
O primeiro-ministro falava perante um auditório lotado na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, onde participou na apresentação do livro Políticas de Habitação Acessível: no Norte de Portugal e na Europa, de Álvaro Santos e Miguel Branco Teixeira.
Luís Montenegro frisou que a ideia de "arriscar" se estende à relação "com o Tribunal de Contas, com o IHRU [Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana], e com todos aqueles que têm intervenção nos processos".
"Estamos aqui para o fazer conjuntamente. Mas não vamos ficar aqui a contemplar o problema nem vamos ficar a eternizar discussões. Quem gosta de contemplar problemas e eternizar discussões é quem quer que fique tudo na mesma", vincou.