Montenegro e ministros foram até Belém de autocarro para desejar as boas festas a Marcelo
O primeiro-ministro definiu, esta quarta-feira, a relação com o presidente da República como de "solidariedade estratégica e cooperação produtiva", e considerou que as suas conversas com Marcelo Rebelo de Sousa "têm sido imprescindíveis" na atividade do Governo.
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Luís Montenegro apresentou hoje cumprimentos de boas festas do Governo a Marcelo de Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, onde chegou de autocarro com todos os ministros, vindo diretamente da reunião do Conselho de Ministros. O Governo tinha saído de São Bento pelas 10.49 horas num autocarro elétrico da Carris, reservado para a breve viagem do primeiro-ministro e dos 17 ministros do XXIV executivo constitucional até ao Palácio de Belém, onde chegou pelas 11.04 horas, com a cerimónia de boas festas a começar com um ligeiro atraso em relação ao inicialmente previsto e a durar menos de meia hora.
Na sua primeira sessão de cumprimentos natalícios desde que tomou posse como primeiro-ministro, em 2 de abril, o chefe do Governo disse que "tem sido um privilégio interagir com a Presidência da República e, em especial, com o senhor presidente da República".
"As conversas que temos mantido, os encontros que temos realizado, as reflexões que temos trocado têm sido imprescindíveis", considerou.
O primeiro-ministro sintetizou em dois eixos a relação entre São Bento e Belém: "Uma solidariedade estratégica e uma cooperação produtiva".
"Temos estado juntos a pensar e a realizar análises prospetivas para o país e na procura de resultados", considerou.
Montenegro recordou que o Governo tem "pouco mais de oito meses de exercício de funções", que salientou que o presidente da República "tem acompanhado de forma muito próxima", com atividades que "em muitas ocasiões necessitaram da colaboração, da cooperação" de Marcelo Rebelo de Sousa.
Essa colaboração, explicou, sentiu-se do ponto de vista das suas reflexões, "da sua muito marcante sensibilidade cívica e social, do seu conhecimento do país, da sua visão de futuro, da sua visão das grandes transformações e evoluções que acontecem à escala europeia e à escala mundial".
"O senhor presidente da República é uma personalidade que tem efetivamente uma sensibilidade social muito acentuada e que nos transmite e sensibiliza também. Isso tem sido importante para nós aprimorarmos todas as medidas que garantem um Estado social salvaguardado, ao mesmo tempo que lançam as bases de estimular a criação de riqueza, porque só a criação de riqueza é capaz de promover a justiça social", acentuou.
Montenegro terminou a sua breve intervenção de menos de cinco minutos desejando ao presidente da República um período festivo "preenchido de alegria, preenchido de saúde e preenchido também de um momento de algum descanso e de algum recarregar de baterias para o próximo ano de 2025".
"Um feliz Natal, uma quadra festiva muito intensa e, sobretudo, um ano de 2025 excelente para o Sr. presidente da República, para Portugal e para os portugueses", desejou.
No final da cerimónia, que decorreu na sala dos Embaixadores, o presidente da República cumprimentou individualmente o primeiro-ministro, com um abraço, e todos os governantes presentes, com abraços aos ministros e beijinhos às ministras, seguindo depois todos para uma fotografia de grupo no exterior.
Marcelo fala num Governo em contrarrelógio e frisa que país precisa cooperação estratégica
O presidente da República afirmou que o Governo está em contrarrelógio desde que iniciou funções há oito meses, com o primeiro-ministro a procurar estar em todo o lado, numa conjuntura internacional difícil que exige cooperação estratégica.
"Foram oito meses de corrida em contrarrelógio por parte deste Governo. Sabe que um dia perdido pode ser irrecuperável", declarou o chefe de Estado, depois de Luís Montenegro lhe ter falado em solidariedade estratégica, cooperação produtiva e forte relação institucional e pessoal.
De acordo com o presidente da República, o primeiro-ministro, nestes meses, tem procurado "estar em toda a parte ao mesmo tempo", algo que considerou invulgar para quem tem funções executivas.
Depois, deixou um recado ao Governo PSD/CDS, partindo da atual conjuntura mundial, que caracterizou como extremamente complexa: "Solidariedade institucional é importante, mas não é suficiente. Tem de haver no presente cooperação estratégica".