Montenegro espera ser indigitado primeiro-ministro por Marcelo. Deve acontecer esta noite
Luís Montenegro disse, esta quarta-feira, ter transmitido ao presidente da República a vontade de ser indigitado primeiro-ministro, notando que só aguarda pela decisão que "cabe exclusivamente" a Marcelo. "A expetativa é que essa indigitação possa ocorrer". E deverá voltar a Belém esta noite para nova audiência.
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Após quase duas horas de audiência, o líder social-democrata disse não ter ainda condições para anunciar um novo Governo da AD, por não estar fechada a contagem dos votos da emigração. Deverá ser novamente chamado a Belém esta quarta-feira para que a indigitação seja concretizada, conforme admitiu ao JN fonte da Presidência, uma vez que os resultados já conhecidos confirmam a vantagem de Montenegro. Além disso, o líder do PSD viaja cedo esta quinta-feira até Bruxelas para participar na cimeira do Partido Popular Europeu, onde quer estar já como primeiro-ministro indigitado.
"A nossa expetativa é que finalizados esses trabalhos essa indigitação possa ocorrer", sublinhou Montenegro aos jornalistas. Sem adiantar horas, disse que "no essencial o resultado eleitoral se manterá naquilo que é fundamental para a formação de um novo Governo".
Perante "a vontade de mudança" expressa pelos eleitores, o líder da AD disse ser sua "expetativa agora aguardar a decisão que cabe exclusivamente ao presidente da República de indigitar o líder da coligação democrática para formar Governo" por ter sido a vencedora das legislativas.
Não quis adiantar como o CDS ou mesmo a IL irão integrar o Governo da AD, recusando igualmente responder a questões sobre o orçamento retificativo para o qual se disponibilizou Pedro Nuno Santos por não estar terminado o processo de apuramento dos votos.
"Todas as questões que tiverem a ver com o exercício da atividade do Governo serão tomadas quando houver Governo, comunicadas e explicadas quando houver Governo", insistiu.
Porém, disse que teve "ocasião de ouvir todas as comunicações proferidas por todos os lideres partidários e de ter registado todo o seu conteúdo". "Sobre a do secretário-geral do PS, registei com satisfação o sentido de responsabilidade que ela encerra", afirmou Luís Montenegro.
Questionado em seguida sobre com que maioria quer governar, disse que "a maior representação parlamentar que há na Assembleia que assumirá funções dentro de dias é da AD". "Há uma maioria, relativa, não absoluta. Essa maioria é constituída pelos deputados do PSD e do CDS-PP. É com base nessa maioria, se for esse o entendimento do presidente da República, que apresentaremos o nosso Governo", afirmou.
"Tivemos uma longa conversa com o senhor presidente da República, na qual tivemos a ocasião de fazer a análise dos resultados eleitorais, tendo em nome da AD transmitido a disponibilidade desta coligação em assumir a liderança do Governo e, em consequência disso, poder ser indigitado primeiro-ministro", começou por dizer aos jornalistas após terminar a audiência.
Disse ainda ter transmitido a Marcelo que os partidos da coligação estão "focados nos problemas dos portugueses" e "absolutamente empenhados em, respeitando a vontade do povo português (...) promover uma mudança de Governo e de políticas em Portugal".
"Estamos absolutamente focados em ter uma economia mais forte que tenha um percurso de crescimento duradouro" e que "em Portugal se possa ter melhores salários" e que "a classe média possa ficar mais desafogada", acrescentou o líder da AD, sem esquecer no seu discurso os jovens e os serviços públicos.