O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse este domingo, num almoço com jovens em Leiria, que “governa para todos”, exemplificando com as medidas que executou para melhorar a vida dos jovens e dos idosos.
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“Uma das críticas que nos fazem, nomeadamente o maior partido de oposição, é que nós só governamos para alguns, que não governamos para todos. E ainda dizem que prometemos governar para todos e depois só governamos para alguns”, começou por referir Luís Montenegro, dirigindo-se a uma sala cheia de jovens das juventudes social democrata e do CDS.
O primeiro-ministro e recandidato à liderança do país frisou que o “cidadão comum” discorda dessa afirmação. “Até pode discordar do Governo em muitas matérias, mas há uma coisa que reconhece: o Governo não é sectário. O Governo não escolhe nenhum segmento nem de pensamento, nem etário, nem nenhuma região do país para discriminar”, sublinhou.
“Nós governamos para todos”, reforçou Luís Montenegro (Aliança Democrática PSD/CDS-PP).
Para o também presidente do PSD, se o Partido Socialista (PS) se refere à promessa de dar “prioridade máxima aos jovens, para que eles possam ter projetos de vida em Portugal, para que possam dar a Portugal a sua força de trabalho, as suas qualificações, constituir as suas famílias”, "então, têm a razão”.
“Nós cumprimos o objetivo de dar prioridade máxima à juventude portuguesa, mas, até nisso, não estamos a pensar só em alguns. Isso é dividir gerações. Estamos a pensar na sociedade toda, porque estes jovens têm pais, têm avós e vão ter filhos”, acrescentou.
Luís Montenegro justificou a sua governação para todos exemplificando com o aumento das pensões e do suplemento extraordinário aos idosos e com as vantagens para aquisição de habitação dos jovens até aos 35 anos, passe gratuito até aos 23 anos, a descida do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) e a aprovação do IRS Jovem.
“Quando decidimos a isenção do IMT [Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis] e do imposto de selo, para a garantia pública, para a parte não coberta pelos empréstimos bancários, dos jovens até aos 35 anos, não é uma benesse que queremos dar aos jovens. É mais uma razão para ficarem em Portugal”, destacou.
Luís Montenegro criticou ainda as propostas para “tornar permanente a aplicação de uma taxa de IVA zero nos produtos alimentares, ou abrir um certificado de forro de 500 euros para cada nascimento”, defendendo, pelo contrário, "menos impostos", "para que as pessoas possam trabalhar e ver o retorno do seu trabalho e o país como um todo possa ser atrativo para os que aqui vivem".
Montenegro criticou também as “portas escancaradas” da política de imigração do PS. “Precisamos de ter imigrantes, a nossa economia também depende dessa força de trabalho. Mas, a porta não tem de estar totalmente escancarada nem totalmente fechada. A porta tem de ter regras”, sublinhou.
Para o líder do PSD, “as regras servem para que o Estado tenha controle e para que as pessoas tenham a garantia de humanismo e de dignidade nas suas vidas”.
Presente no almoço esteve também o presidente do CDS-PP e ministro da Defesa, Nuno Melo, que defendeu a aposta nos jovens. “A juventude foi mesmo uma marca nítida, muito impressiva do Governo da AD. Quando assumimos funções, sabíamos que um terço dos jovens portugueses estavam emigrados. Não nos conformamos com mais de 850 mil jovens até aos 39 anos fora. Essa é talvez uma das piores marcas de uma governação falhada do PS, já com o Pedro Nuno Santos dentro”, constatou Nuno Melo.
A AD pretende alterar essa situação, pois “os jovens são o maior ativo de uma nação”. “Nós queremos os jovens dentro, não queremos os jovens fora.”
Para o presidente do CDS-PP, a eleição de 18 de maio é uma “oportunidade de ver ser feita justiça”. “Quando se vota, também se faz justiça. Desta vez nas urnas é isso que temos de pedir a um povo inteiro: que façam justiça".