Luís Montenegro defendeu este sábado que o seu Governo não é "descendente de pântanos, bancarrotas ou empobrecimento", mas sim do sentido de Estado de Pinto Balsemão, do transformismo de Cavaco Silva, do patriotismo de Durão e Santana Lopes, da coragem de Passos Coelho e dos valores sociais-democratas de Sá Carneiro.
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No seu primeiro discurso perante o Congresso de Braga, o líder social-democrata e primeiro-ministro passou em revista os primeiros sete meses de governação.
"Não vou falar de tudo, senão nunca mais me calaria", atirou, antes de elencar várias medidas. "Sei que é um ritmo forte, muito intenso. Sei que alguns que se dedicam mais à conversa do que à ação têm uma tendência de desvalorizar este ritmo. Mas cá estaremos para prestar contas e responder pelo prestígio da política, valor da palavra dada", prometeu.
"Não somos descendentes de pântanos, bancarrotas ou empobrecimento. Somos descendentes do sentido de Estado de Francisco Pinto Balsemão, do transformismo de Cavaco Silva, do patriotismo de Durão Barroso e Pedro Santana Lopes, da coragem de Passos Coelho e dos valores sociais-democratas de Francisco Sá Carneiro: da dignidade da pessoa, da livre iniciativa da economia e da soberania e responsabilidade social do Estado", afirmou em seguida. E prometeu demonstrar "reformismo e moderação e cultura democrática".
"Diz-se que fizemos o mais fácil, mas se fosse assim tão fácil porque não estava feito? Não somos iguais ao PS. Somos diferentes e estamos a fazer a diferença", defendeu ainda. Montenegro argumentou que o seu Governo, ao contrário dos anteriores, resolveu questões que se arrastavam, nomeadamente que que respeita aos setores profissionais como professores, oficiais de justiça, políticas, médicos e enfermeiros.
"Por mais que se esforcem, não somos iguais aos que nos antecederam. Nós viemos para mudar e estamos a mudar Portugal", defendeu.
No discurso, respondeu ainda à crítica de Pedro Nuno Santos que disse ser este um "Governo isolado e mais minoritário do que nunca. "Ainda dizem que estamos isolados? Não, estamos cada vez mais próximos dos que interessam que são os portugueses", um "registo de proximidade que deixa alguns um pouco desorientados, mas a nós nunca nos deixa desfocados, estamos verdadeiramente a olhar para todos e a pensar em cada um", retorquiu.