“É preciso ter calma”, apelou esta quinta-feira Luís Montenegro, "admirado com tanta agitação" em torno do Orçamento. Após Carlos César ter pedido ao PS “um estado de prontidão” na eventualidade de eleições antecipadas, o primeiro-ministro diz ser preciso cumprir o que “combinado” e fazer em setembro novas reuniões.
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Ainda sem adiantar datas, promete integrar visões de outras forças, mas vai dizendo que “não são todas conciliáveis”.
Em Penafiel, Montenegro lembrou que o Governo chamou, no mês passado, “todos os partidos com representação parlamentar” para uma “reunião formal”. O objetivo é “poder haver uma partilha de opiniões que possa conduzir a que a proposta do OE integre o mais possível as visões de todos os partidos”. Mas, “como sabemos, não são todas conciliáveis”, avisou.
“Fizemos isso em julho e o que ficou combinado foi desenvolver esse trabalho em setembro", insistiu. Em seguida, deixou o recado à Oposição, que se tem multiplicado em avisos ao Governo para que esteja disponível para negociar.
“Sinceramente, fico um bocadinho admirado de haver tanta agitação à volta dessa matéria. É preciso ter calma. É preciso cumprir o que está combinado". Ou seja, "iríamos ter novos encontros para irmos mais longe nessas negociações", defendeu Montenegro.
Para domingo, prometeu uma posição mais dura, avisando que, no encerramento da Universidade de Verão do PSD, não deixará “de dar respostas às várias distorções e análises superficiais” que tem registado nos últimos dias.
Para já, quando questionado se vai ceder às exigências e dar margem orçamental para acomodar medidas do PS, o primeiro-ministro respondeu que o Governo está interessado "em governar para as pessoas e não a responder a dirigentes partidários".
"Estamos empenhados numa situação financeira estabilizada e contas públicas equilibradas, mas não estamos interessados em castigar o povo", acrescentou. “Não temos uma filosofia de cobrar impostos a mais e de travar investimentos à custa das pessoas”, garantiu ainda. Carlos César ter acusado o Governo de querer “gastar depressa até secar o poço”.
Na Academia Socialista em Tomar, o presidente do PS pediu, anteontem, que o partido esteja em “estado de prontidão”. Mas César disse não ter pressa “em derrubar governos”.