Montenegro recusa revelar o que disse a Marcelo sobre divergência em torno de alternativa
O líder do PSD, Luís Montenegro, recusou revelar, esta terça-feira, o que disse ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a divergência que têm mantido em torno da existência de uma alternativa ao Governo socialista, alegando necessidade de "recato no relacionamento institucional".
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Nas entrelinhas, o tema ficou implícito como tendo sido abordado, durante a audiência desta terça-feira do líder do PSD, Luís Montenegro, e o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Mas Luís Montenegro recusou revelar pormenores.
"Foi uma reunião com diversos aspetos que não devem nem quero que sejam tornados públicos, que ficarão no recato das relações institucionais que um grande partido como o PSD deve manter", declarou Luís Montenegro, no final da audiência, recusando-se a responder a perguntas dos jornalistas e reafirmando apenas que não levantaria o véu sobre "os aspetos mais envoltos nesse recato institucional".
Ao deixar, assim, claro que não queria revelar pormenores sobre alguns temas abordados, o líder do PSD deixou implícito que assuntos como as divergências com Marcelo em torno da existência de uma alternativa ao Governo socialista estiveram em cima da mesa.
Luís Montenegro aceitou adiantar apenas dois assuntos em cima da mesa: a situação económica do país e a data das eleições para o Parlamento Europeu, que têm que ocorrer, no próximo ano.
Quanto à situação do país, o líder do PSD procurou desmentir as garantias do Governo de que tem cumprido todos os objetivos do seu programa eleitoral nas áreas da Saúde, Educação e Habitação, garantindo que existe o "país do powerpoint" e "o país da rotina e do quotidiano de milhares de famílias que têm dificuldades em ter dinheiro para fazer face às suas despesas mais elementares".
"São portugueses que, todos os dias, querem ir a um centro de saúde e não têm um médico de família; que querem recorrer a um serviço de Urgência e, muitas vezes o encontram encerrado ou estão mais de uma dúzia de horas à espera de serem atendidos; que têm filhos ou netos em escolas onde não há professores a algumas disciplinas; que têm dificuldades em pagar a prestação da casa ou a renda", especificou Montenegro.
O líder do PSD informou ainda que revelou preocupação sobre a possibilidade de as eleições para o Parlamento Europeu ocorrerem a 9 de junho, considerando que, se isso acontecer, estar-se-á a criar "uma via verde para uma abstenção histórica".
Por isso, propôs duas soluções: que as eleições sejam marcadas antes para os dias 26 de maio ou 2 e 16 de junho ou que sejam realizadas em dois dias diferentes.