Nome do ministro de Passos em cima da mesa. Relvas escolhe eurodeputado e Montenegro não clarifica apoio. Paulo Cunha deseja "PSD forte e liderante".
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Quando os olhos estão postos em Rui Rio e Paulo Rangel, há outro nome que surge como possível candidato a líder do PSD: Jorge Moreira da Silva, ministro do Ambiente de Pedro Passos Coelho. Com o Conselho Nacional a 14 deste mês, que decidirá a data das eleições diretas, o segredo é ainda a alma do negócio. Porém, Luís Montenegro já disse ao JN não ser candidato, mas participará no processo, restando esclarecer se apoia Rangel, tal como fará Miguel Relvas. Este ministro-adjunto de Passos e ex-secretário-geral assumiu que o eurodeputado, que já não terá margem para recuar, é o "mais bem posicionado" rumo às legislativas.
Nos bastidores, onde quase todos os críticos e líderes distritais, contactados pelo JN, adiam os comentários, o nome de Moreira da Silva é apontado como terceira via que poderá não tanto disputar o território do atual líder, mas sobretudo dividir a votação dos críticos, acabando por beneficiar a ala de Rio, quando o próprio líder ainda mantém o tabu sobre se será recandidato ao partido.
Contactado pelo JN, Moreira da Silva disse não pretender ainda falar de eleições internas. O antigo eurodeputado foi "vice" do PSD com Passos e coordenador permanente da Comissão Política Nacional. Assumiu o cargo de ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia e integrou dois executivos.
Relvas quer alternativa
Após Montenegro ter dito, numa entrevista ao JN, que não será recandidato, sem abrir o jogo sobre em que se traduzirá a sua participação, Relvas disse, no programa Lei da Bolha, da TVI, que Rangel tem "melhores condições"no PSD e é "o mais bem posicionado" com vista a vencer as legislativas.
O comentador admite que Rio "sai melhor das autárquicas", mas, a seu ver, a questão é saber se teria as mesmas condições se fossem legislativas. Relvas já responde: "não há uma alternativa real" ao PS. E "este é o grande problema de Rui Rio", razão pela qual o "descontentamento mais ou menos visível no país" em relação ao Governo "não se sente com evidência".
Apoio de Pinto Luz?
O JN contactou Miguel Pinto Luz, que concorreu contra Rio em 2020, mas disse ser cedo para se pronunciar. Carlos Carreiras, autarca de Cascais, disse ter informação privilegiada: "sei que não avançará". E destacou o "bom entendimento" entre Pinto Luz e Rangel, que surgiram juntos na campanha.
Paulo Cunha, líder distrital de Braga que liderou a lista de Montenegro ao Conselho Nacional, aguarda pela definição das candidaturas, mas disse ao JN fazer "parte dos que engrossam a fileira que quer ajudar o partido a reconquistar protagonismo", para "um PSD forte e liderante" que seja Governo nas próximas eleições. Espera que este processo seja um momento "de reflexão e debate".