O independente Rui Moreira, reeleito este domingo presidente da Câmara do Porto, indicou como "grandes derrotados" os sociais-democratas Rui Rio ou Paulo Rangel, porque "as autárquicas do Porto não são as primárias secretas do PSD".
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Para Moreira, António Tavares (social-democrata, mandatário da candidatura do PSD à autarquia portuense), Rui Rio (ex-presidente da Câmara do Porto) e o eurodeputado Paulo Rangel são "os grandes derrotados" por "terem utilizado o Porto como território para disputas de índole nacional".
Prometendo governar a cidade "sem deixar de ouvir todos", Moreira agradeceu ao CDS-PP por tê-lo apoiado "sem condição", deixou "um abraço ao amigo" Manuel Pizarro (cabeça de lista do PS à Câmara do Porto), mas criticou o PS porque o apoio que lhe oferecia "tinha um preço" que o movimento independente "não quis pagar", ao mesmo tempo que, durante a campanha do concelho, "tentou nacionalizar as eleições".
O independente falava na sede de campanha pelas 21:45, ainda sem serem conhecidos os resultados definitivos das autárquicas no Porto.
De acordo com Rui Moreira, o PS "tentou, numa primeira fase, condicionar" o movimento independente.
"O apoio que nos oferecia tinha um preço que o nosso movimento independente não quis pagar", frisou.
"Depois, [o PS] tentou, através da participação inusitada de membros do Governo na campanha, nacionalizar as eleições no Porto. E esse é um preço que a cidade não quis pagar", afirmou.
Quanto ao PSD, cumprimentou o candidato Álvaro Almeida, notando que "foi escolhido e convidado para ser abandonado à última da hora pelos que, tardiamente, foram apoiar a candidatura de Manuel Pizarro [candidato do PS]".
"Os eleitores do Porto são pessoas inteligentes, cultas e sensíveis que, também por isso, souberam fazer as suas escolhas", acrescentou.
Quanto ao CDS-PP, o independente quis deixar-lhe "um profundo agradecimento" por "mais uma vez ter apoiado" o movimento, "sem condição".
Agradeceu também "ao MPT [Movimento Partido da Terra], por se ter juntado ao projeto".
Para o futuro da governação da cidade, Rui Moreira prometeu ter "uma equipa fantástica que, ao longo dos próximos quatro anos, irá governar o Porto sem nunca deixar de ouvir todos os portuenses".
"Continuaremos, por isso, a apostar na cultura, na diplomacia económica, na afirmação da cidade em todas as suas vertentes, na coesão social e na sustentabilidade", vincou.
De acordo com o presidente reeleito, com esta vitória "os grandes projetos lançados" no primeiro mandato "vão ser concluídos, com contas à moda do Porto".
Moreira agradeceu aos eleitores e eleitoras do Porto por confiarem "num projeto independente, com futuro e sério".
"Um projeto em que acreditaram há quatro anos e a que agora quiseram dar outra força", disse.
Destacando como "exemplar" a campanha eleitoral, o vencedor da noite eleitoral do Porto quis destacar "quatro pessoas", nomeando o mandatário Luís Valente de Oliveira, Miguel Pereira Leite, "que venceu as eleições para a Assembleia Municipal", Francisco Ramos, presidente da Comissão Política do movimento "Porto, o Nosso Partido", e Nuno Santos, a quem chamou "o extraordinário diretor de campanha".
Considerando que o Porto "voltou a fazer história", Moreira terminou o discurso com uma citação: "O Porto sempre mostrou que, para nós, a defesa da liberdade não é uma palavra vã. Há-de ser, portanto, o nosso partido, o Partido do Porto".
Só no fim desvendou a autoria da frase: Francisco Sá Carneiro, fundador do PPD/PSD.