A mãe do primeiro bebé a nascer em Portugal concebido através de uma fertilização "in vitro" (FIV), em 1986, morreu na quarta-feira em Lisboa vítima de doença, informou à agência Lusa fonte familiar.
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Alda Saleiro, que morreu com 66 anos, foi a primeira mulher portuguesa a dar à luz uma criança concebida por FIV, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, em 25 de fevereiro de 1986, data de nascimento de Carlos Saleiro, conhecido como o primeiro "bebé-proveta" português.
António Pereira Coelho foi o médico responsável pela introdução da técnica em Portugal, depois de trabalhar no seu desenvolvimento, em Paris.
O médico confessou, na ocasião, que durante o parto esteve "sempre um bocadinho angustiado", mas reparou "facilmente que estava tudo normal".
Há oito anos, num reencontro com António Pereira Coelho, Carlos Saleiro, que fez carreira como futebolista, disse à Lusa que voltou a "reencontrar uma pessoa muito importante" na sua vida.
"A minha mãe e o meu pai foram uns guerreiros, lutaram para ter um filho e conseguiram", contou, orgulhoso.
Nesta reunião com António Pereira Coelho, Carlos Saleiro fez-se acompanhar da mãe, Alda, que confessou que há muito queria abraçar o médico que conseguiu dar-lhe um filho, pelo qual esperou durante anos.
O médico aproveitou para recordar algumas das características de Alda, como a sua determinação e exuberância, que a terão ajudado a conseguir ser a primeira mulher a ter um bebé FIV em Portugal.
"Eu sabia que ia ser a primeira", afirmou, orgulhosa de ter passado por este processo. Por seu lado, Pereira Coelho recordou uma outra vertente desta mãe, a teimosia e persistência.
"A Alda disse-me que tinha tido uma rutura de bolsa, mas que antes [do parto] tinha de ir ao cabeleireiro. É mesmo à Alda, determinada e segura de si", disse.