Mário Ruivo morreu esta quarta-feira em Lisboa, aos 89 anos. Antigo ministro dos Negócios Estrangeiros foi pioneiro na defesa dos oceanos. Deixou "um legado inultrapassável", considera o ministro do Ambiente.
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"Livre e comprometida, foi toda a vida pública do prof. Mário Ruivo. Na política, mas sobretudo no Ambiente, deixa um legado inultrapassável", escreveu o ministro João Matos Fernandes, na nota de pesar enviada às redações.
Mário Ruivo dedicou a vida à investigação e ao ensino. Assegurou a presidência do Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CNADS) desde a sua constituição. Teve cargos dirigentes nas Nações Unidas e na Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco, conselheiro científico da Expo 98. Foi condecorado diversas vezes por Mário Soares e Jorge Sampaio.
"A sua ação determinada e conciliadora define um caminho claro para um Portugal mais justo, sustentável e com um melhor futuro", conclui João Matos Fernandes.
O professor biólogo também foi político. Entre outros cargos foi ministro dos Negócios Estrangeiros em 1974-75, secretário de Estado das Pescas, diretor-geral dos Recursos Aquáticos e Ambiente do Ministério da Agricultura e Pescas (1975-1979) e presidente da Comissão Nacional para o Fundo
das Nações Unidas para a Agricultura (1974-1979).
"Personalidade com uma visão global do mundo que nos rodeia, dedicou toda a sua vida a inquietar o conhecimento, a fomentar a investigação científica, a intervir na gestão pública, a mobilizar capacidades, a defender inovações e a criar ambientes propícios que abrissem caminhos para um desenvolvimento harmonioso, sempre ancorado na preservação dos recursos ambientais. Mário Ruivo deixa-nos, por tudo isso, com um sentimento de imensa saudade", lê-se na nota divulgada pelo CNADS.
Biólogo formado pela Universidade de Lisboa, Mário Ruivo especializou-se em Oceanografia
Biológica e Gestão dos Recursos Vivos na Universidade de Paris-Sorbonne.