Mortágua foi a Coimbra pedir a eleição de um deputado para "combater" a Direita
A coordenadora do Bloco de Esquerda considerou, esta quinta-feira, que o envolvimento da sua família na campanha tem o dedo da extrema-direita, apelando à eleição de deputados que garantam a sua “derrota”. Mortágua diz que o “negacionismo climático” é mais uma “irresponsabilidade” do PSD.
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A caravana do Bloco de Esquerda passou, esta sexta-feira, por Coimbra, onde o partido quer recuperar o deputado que perdeu nas legislativas de 2022 e garantir, assim, a "derrota da Direita”.
“Para derrotar a Direita é preciso eleger deputados de Esquerda. Em muitos distritos, como é o caso de Coimbra, a eleição de um deputado do Bloco de Esquerda é a garantia que a Esquerda está representada no Parlamento. Cada vez que um deputado do Bloco de Esquerda é eleito, não só é menos um deputado da Direita, mas também são as condições para ter uma maioria capaz de resolver os principais problemas dos país”, notou Mariana Mortágua, garantindo que o desentendimento com o porta-voz do Livre está ultrapassado. Em causa, o facto de Rui Tavares ter afirmado, esta quinta-feira, que estava disponível para dialogar com a Direita democrática.
Questionada pelos jornalistas sobre os casos envolvendo a sua família, que têm vindo a público nos últimos dias, a líder do Bloco de Esquerda vincou que “são ataques da extrema-direita”. “Sabemos como os incomodamos, sabemos que uma denúncia dos financiadores do Chega incomodou André Ventura e não o deixaremos de fazer. O Chega é financiado por grandes empresas, é financiado por interesses imobiliários, é financiado por gente que andou metida em negócios que é o terror da economia deste país, gente que ganha com a especulação, que ganha com a crise imobiliária”, denunciou.
“Quando a Direita ou a extrema-direita apresentam propostas para baixar os impostos aos milionários, aos mais ricos, sabemos que isso, na verdade, são as vozes destes financiadores”, acrescentou.
Negacionismo climático é uma "irresponsabilidade"
Na cidade dos estudantes, durante uma arruada no Largo da Portagem, Mortágua aproveitou ainda para criticar o PSD, considerando uma “irresponsabilidade” as declarações sobre a falta de investimento no país por “falsas razões climáticas”, feitas no comício de quinta-feira à noite pelo cabeça de lista da AD por Santarém, Eduardo Oliveira e Sousa (ex-presidente da Confederação dos Agricultores).
“Essas alterações [climáticas] vão se sentir em todos os setores da nossa vida e, em particular, na agricultura. Os agricultores que querem uma agricultura sustentável, que tem uma agricultura para garantir o futuro do país, serão os primeiros afetados pelas alterações climáticas, negá-las não serve de nada. É preciso garantir apoios à agricultura, garantir que a agricultura se adapta às alterações climáticas e que consegue gerir os recursos escassos, como é caso da água. Capaz de garantir a independência alimentar do país”, defendeu.
Para Mortágua, o “negacionismo climático” é mais um caso “da campanha do PSD em que o líder é chamado para desmentir, ou para desdizer os seus candidatos. Esta não é a primeira, não é a segunda. É pelo menos a terceira vez em que isso acontece e em que vemos as posições do Chega, a irresponsabilidade, o negacionismo, a violência contra as mulheres, a entrar para dentro da campanha do PSD pelos próprios candidatos”, criticou a coordenadora. Amanhã, a caravana bloquista chega ao Porto para uma arruada na Rua de Santa Catarina.