Morte do padre não inibe pagamento de indemnização a vítimas de abusos sexuais
Bispos reúnem a partir de segunda-feira para analisarem como compensar as vítimas de abusos sexuais.
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Os bispos vão reunir, a partir de amanhã e até quinta-feira, para decidirem como vão indemnizar as vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica portuguesa, havendo até agora 20 pedidos de reparação financeira, confirmou ao JN o grupo Vita. Entre as 598 denúncias recebidas pela Comissão Independente (512) e o Grupo Vita (86), 39 enviadas à Comissão Independente referem-se a padres ou outros religiosos que já morreram, mas o falecimento do agressor não impede a atribuição de reparação financeira, desde que “o crime seja provado”.
Para a Igreja ressarcir as vítimas de maus-tratos sexuais, “terá de se provar que houve crime e, provando-se, é irrelevante se o criminoso está vivo ou morto”, diz ao JN o padre João Pedro Bizarro, especialista em Direito Canónico, admitindo que “a questão fica fragilizada quando o acusado não se pode defender, pois não se vai julgar um defunto”.