Marinha alerta para cuidados redobrados nas praias que estão sem nadadores-salvadores.
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Este ano já morreram 25 pessoas desde o início da época balnear, 14 em praias não vigiadas. De fora estão as mortes em praias fluviais. O número é quase o dobro do ano passado, quando morreram 14 pessoas.
O dispositivo de assistência a banhistas já terminou na maioria das praias do país. Apenas Almada, Cascais e Algarve ainda têm nadadores-salvadores até final do mês, mas o calor continua a convidar para idas à praia. Marinha alerta para cuidados redobrados no momento de ir ao banho.
Também as ações de salvamento aumentaram, das 663 em 2021 para as 863 atualmente. De fora ficam as mortes em praias fluviais do Interior, cujo número não foi possível apurar junto das autoridades.
"O fim das medidas restritivas impostas pela pandemia e o aumento do turismo estrangeiro levaram a uma maior afluência às praias e com isso a um aumento de ocorrências, algumas infelizmente mortais", explica o porta-voz da Marinha.
Sousa Luís salienta a importância de procurar praias vigiadas para evitar tragédias, mas, com o fim do dispositivo a banhistas na maioria do país, cabe às capitanias dos portos e municípios o reforço da vigilância, "seja pelo reforço de nadadores-salvadores em zonas onde se prevê maior afluência, seja pelos meios da Polícia Marítima a realizar patrulhas". Quanto aos meios da Marinha empenhados na vigilância, fuzileiros em viaturas Amarok vão diminuindo gradualmente este mês.
Do total de mortes na época balnear, a Autoridade Marítima Nacional aponta para 11 em praias vigiadas mas apenas duas por afogamento. As restantes resultaram de paragens cardíacas que os banhistas sofreram quando estavam no areal ou dentro de água.
Os dois afogamentos ocorreram na praia da Salgueira, na Póvoa do Varzim, em junho, e na praia de Santo Amaro, em Oeiras, em julho. Nos dois casos, os nadadores-salvadores de serviço tentaram o resgate das vítimas.
As mortes em praias não vigiadas são as que têm mais peso nas estatísticas. Foram até agora 14, sete das quais por afogamento: três na zona Centro e quatro na zona Norte. Das restantes sete, quatro ocorreram em praias não vigiadas à data do acidente (duas na zona Centro e duas na zona Sul), e três em praias fluviais com jurisdição da Marinha ou em pontões onde não há nadadores-salvadores (todas na zona Norte).
A Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores (Fepons) diz que a falta de profissionais deu-se principalmente no Interior do país. "Há um grande problema em atrair profissionais para as praias fluviais e isso só se resolve com incentivos à profissão que o Governo deve ter em conta", afirma Alexandre Tadeia, presidente da Fepons.
Cuidados a ter
Areais não vigiados
Vigiar permanentemente as crianças, não virar as costas ao mar e guardar sempre uma distância de segurança em relação à linha de água para não ser surpreendido. Caso testemunhe uma situação de perigo dentro de água, não tentar o salvamento e pedir ajuda através do 112.
Agueiros
As correntes fortes no sentido contrário ao areal representam um perigo acrescido porque ocorrem em ausência de ondas.