As transferências recentes a que temos assistido no panorama político não são um fenómeno novo, sempre houve mudanças de camisola partidária ao longo da nossa história democrática.
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Da esquerda à direita, muitas foram as dissidências e trocas, algumas delas protagonizadas por nomes de peso e de que já poucos terão memória. Mas os contextos são diferentes, a forma também. O passado, as motivações e o que (ainda) separa os partidos.
Era 23 de março de 2022, início da tarde, quando Cristina Rodrigues, ex-deputada do PAN, escrevia assim no Twitter: “Com toda a transparência quero dizer-vos que irei trabalhar para o Chega”. E a notícia caía que nem uma bomba, as reações de espanto multiplicavam-se, pela distância ideológica que separa os dois partidos. As críticas não tardaram, à própria Cristina Rodrigues, mas também a André Ventura, muitas vindas do interior do Chega. O tweet continuava: “As minhas funções serão jurídicas e foi-me assegurada a possibilidade de continuar a trabalhar certos temas que acho prioritários”.