Há quem vá à Turquia fazer uma cirurgia bariátrica por ser mais rápido do que o Serviço Nacional de Saúde e mais barato do que em instituições privadas em Portugal. Mas é um risco: as pessoas voltam sem o acompanhamento exigido no pós-operatório.
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José Silva Nunes, presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO), revelou, a propósito do Dia Mundial da Obesidade, que se celebra amanhã, que há em Portugal pessoas que angariam doentes para irem a Istambul, na Turquia, realizar a cirurgia para obesidade grave, tratando de toda a logística, nomeadamente das viagens, da estadia e da cirurgia. “Eu cito a Turquia porque, neste momento, há esse grupo de pessoas que angaria em Portugal doentes que estão a aguardar uma cirurgia e que lhes propõe custos muito mais reduzidos do que se recorressem ao setor privado”, disse à agência Lusa.
“Acredito que essas pessoas têm ali uma consulta com o cirurgião, com o nutricionista, com o médico, mas depois voltam para Portugal e é o que Deus quiser”, acrescentou, revelando que já acompanhou situações graves. Estes doentes têm de ser seguidos por uma equipa multidisciplinar durante, pelo menos, três anos após a cirurgia, pois podem ocorrer défices de vitaminas, minerais ou outros problemas. De acordo com dados da Administração Central do Sistema de Saúde ao JN, o tempo médio de espera para cirurgias de obesidade até tem vindo a diminuir. Em 2019, era 9,2 meses, em 2020 e 2021, subiu para 10,1 e 10,4 respetivamente; em 2022, desceu para seis meses e, em dezembro do ano passado, era de 5,5 meses.