Estudo sobre impacto da parentalidade no trabalho e bem-estar indica que mulheres sacrificam mais o seu percurso profissional, perdendo rendimentos, enquanto os homens registam um aumento no salário. Uma das conclusões é que as mulheres europeias perdem 29% dos rendimentos depois de serem mães.
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As normas estabelecidas para os papéis do homem e da mulher na parentalidade ainda estão muito enviesadas pelos preconceitos de género. Esta é a conclusão a que chega o projeto MERIT – MothER Income InequaliTyA, através da combinação de quatro estudose, em que se revela que, após a maternidade, as mulheres perdem rendimentos, enquanto os homens ganham mais.
A desigualdade salarial não é o único fator que consta do estudo realizado pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP). Ter filhos influencia o número de horas de trabalho, o estado de saúde mental do indivíduo, o tempo disponibilizado para as tarefas domésticas e a forma de utilização das medidas de apoio à família. As diferenças que se impõem nos resultados resultam da noção de que certos aspetos são responsabilidade da mulher, ficando outros a cargo do pai.