"Não alimento a minha direção de condução e liderança política com base em intrigalhadas"
Proteção das gerações futuras, regras do sistema político que reforcem a transparência e mais autonomia regional, são alguns dos temas contidos na proposta de revisão constitucional que o PSD verá entregar amanhã na Assembleia da República. O presidente do partido, Luís Montenegro, adiantou que o projeto ainda não está fechado, está a contar com uma intensa participação interna e ainda hoje deverá ser conhecido mais do seu conteúdo.
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"Aproveitamento muita da reflexão à volta da Constituição que feita por anteriores lideranças, incluindo, a que me antecedeu e a que antecedeu essa. Refiro-me às lideranças do doutor Passos Coelho e do doutor Rui Rio, com a adaptação ao nosso pensamento", declarou Luís Montenegro hoje em Viana do Castelo, onde encerrou o périplo "Pensar Portugal" àquele distrito.
Quanto aos princípios presentes no projeto de revisão constitucional, o líder social-democrata referiu "uma preocupação intergeracional, salvaguardar no texto Constitucional, que aquilo que nós fazemos hoje tenha um impacto na vida dos que vem seguir a nós". E ainda preocupação "com regras de funcionamento do sistema político mais aprimoradas, que reforcem a transparência e a independência do funcionamento de algumas instituições, e o aprofundamento das autonomias regionais, da capacidade de aproveitarmos as regiões autónomas como motores de desenvolvimento e formas de podermos ter poderes públicos mais eficazes junto das comunidades".
Nas suas declarações finais numa visita à empresa de construção naval da WestSea, em Viana do Castelo, Montenegro manifestou que "está absolutamente disponível para dialogar com os demais partidos, em particular com o PS, para haver uma revisão constitucional positiva para Portugal".
E comentou o alegado descontentamento do grupo parlamentar social-democrata, com o nível de participação no processo de construção da proposta que amanhã será entregue. "Nos seus mecanismos de participação, não fica nada a dever, pelo contrário. Está a ir mais longe do que é costume até do ponto de vista interno do PSD", disse, referindo: "Estou muto à vontade, muito tranquilo, independentemente de haver uma notícia ou outra, que é sempre espicaçada por umas fontes anónimas que nós não sabemos quem são". "Convivo muito bem com isso, ninguém me intimida minimamente com esse tipo de pequena intriga, porque eu não alimento a minha direção de condução e liderança política com base em intrigalhadas", concluiu.