Rui Rio encerrou o 39.º congresso do PSD acusando o Governo socialista de ter deixado uma "marca da falta do rigor e de facilitismo" e de ter delapidado "larguíssimos milhões de euros", enquanto aumentava a carga fiscal sobre os portugueses para responder às exigências da "Esquerda radical". O líder do PSD prometeu fiscalizar os apoios sociais e afirmou: "Não é aceitável um País com a sua classe média sufocada em impostos".
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"A marca da falta de rigor e do excesso de facilitismo foi uma identidade sempre presente nas governações socialistas ao longo do anos", considerou Rui Rio, ao encerrar o 39º congresso do PSD, que terminou este domingo em Santa Maria da Feira.
Segundo o líder do PSD, o Governo de António Costa não fez outra coisa que não fosse "esbanjar" a folga orçamental que possuía, antes da pandemia, para responder às exigências da "Esquerda Radical" e conseguir, assim, aprovar os orçamentos do Estado.
"O Governo da denominada geringonça optou sempre por distribuir tudo o que esse crescimento facultava. Pior ainda, não contente com as folgas orçamentais, resolveu aumentar significativamente a carga fiscal e reduzir o investimento público para níveis excecionalmente baixos", apontou Rui Rio
Mas, o líder do PSD foi mais longe numa crítica feroz à gestão socialista do país e da geringonça: "Os larguíssimos milhões de euros que esta conjuntura permitiu pôr à disposição do Governo foram, porém, todos delapidados com o claro objetivo do PS de conseguir obter a aprovação dos seus orçamentos do Estado pelo PCP e pelo BE".
Exemplos de que o Governo de António Costa preferiu sempre "gastar e esbanjar" em vez de "robustecer a economia" foram os casos do Novo Banco, da TAP e "dos perdões fiscais à EDP". "É má a solução de fechar a TAP, depois de avultadas verbas que lá foram enterradas. É má a solução de a manter, porque ainda lá falta meter muito mais dinheiro. E será má a situação do nosso País se a Comissão Europeia vier a reprovar o plano que lhe foi apresentado pelo Governo", sustentou.
Já Rui Rio viu falta de rigor e de disciplina na desvalorização dos constantes erros do ex-ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. "A democracia não pode ser símbolo de facilitismo e, muito menos, ela é incompatível com estes valores estruturantes da nossa sociedade. Sem rigor, sem respeito pela lei e sem disciplina, não há democracia. Há sim, uma via para a anarquia", vincou o líder do PSD.
Aquele que se apresenta como "futuro primeiro-ministro" atacou ainda o estado em que o PS deixou setores como os da Educação e da Saúde, que ficou "entregue à sua sorte" e numa situação de "pré-falência". "A política educativa, nos últimos seis anos, é o melhor exemplo do que não deve ser feito", apontou, referindo que durante a pandemia o PS limitou-se a "despejar dinheiro sobre o problema".
De resto, Educação e Saúde são precisamente as áreas que o líder do PSD considera prioritárias em termos das reformas que o país precisa, assim como a criação de um desenvolvimento económico compatível com as metas ambientais. "Os desafios ambientais não devem ser obstáculo ao crescimento económico", defendeu Rui Rio.
"Porque realmente indigna qualquer um pagar tantos impostos e, depois, ver a leviandade com que eles são usados e abusados por quem os recebe", afirmou Rui Rio, manifestando preocupação pelo descontentamento dos portugueses. É que, "quem é forte" basta "pedir, porque o PS dá".
"Não é aceitável um País com a sua classe média sufocada em impostos e em que o seu salário de referência pouco se distingue do mínimo em vigor", considerou o líder do PSD, admitindo falta de rigor na atribuição e manutenção de apoios sociais.
"Também não é racional manter apoios sociais a quem os usa para se furtar ao trabalho e, dessa forma, condicionar a própria expansão empresarial que, cada vez mais, se lamenta de falta de mão-de-obra", defendeu.
Apesar de considerar que "os apoios sociais são socialmente indispensáveis", Rui Rio sustenta que devem ser fiscalizados de perto. E foi isso que prometeu, este domingo: "Tem que haver uma fiscalização adequada para que possamos garantir, simultaneamente, justiça social e progresso económico".