Cerca de 3,78 milhões de pessoas foram vacinadas na última campanha de vacinação sazonal contra a covid-19 e a gripe, que começou em setembro do ano passado. Um número que corresponde apenas a 64% da população com mais de 50 anos. Neste momento, a vacinação decorre a um ritmo muito "baixo".
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Ouvido esta quarta-feira na Comissão de Saúde, a requerimento do PS, Penha Gonçalves, responsável do Núcleo Coordenador de Apoio ao Ministério da Saúde (NCAMS), referiu que atualmente o ritmo de vacinação é muito “baixo” nos cuidados de saúde primários, com cerca de “700 pontos de vacinação” e a um ritmo de “70 mil vacinas por semana”.
No entanto, para o coronel, estes números são mais “do que suficientes” porque “não há pessoas” para vacinar. “As que aparecem são as que não vieram no período de campanha e que se querem vacinar”, afirmou. Referiu ainda que os espaços de vacinação “massiva” já foram desativados, nomeadamente centros de vacinação com capacidade para milhares de pessoas.
Questionado pelo deputado do Chega, Pedro Frazão, sobre os desperdícios de vacinas em Portugal, o coordenador Penha Gonçalves salientou que já foram “doadas mais de 10 milhões de vacinas a outros países” e esclareceu que, na Europa, Portugal é “o país com mais doses administradas por 100 habitantes”. Admitiu, no entanto, que a “gestão dos prazos de validade” nem sempre é fácil, uma vez que muitas vezes surgem no mercado vacinas com variantes mais “atualizadas” e que provocam algum desperdício.
Agendamento ativo deve ser “mantido”
Penha Gonçalves referiu também que um dos aspetos mais importantes para garantir a adesão da população à vacinação é o “agendamento ativo”, nomeadamente o envio de mensagens com a data e o local da vacinação para os utentes.
Acredita, por isso, que “esta cultura de comunicação direta com as pessoas” é necessária para manter a “adesão” ao processo de vacinação”. “Quantas vezes ouvimos das pessoas que só vão tomar a vacina se forem chamadas”, testemunhou. Reforçou também que as taxas de vacinação alcançadas, nomeadamente 85% da população vacinada com uma dose de reforço contra a covid-19, só foram possíveis com estes “mecanismos que o sistema não estava habituado a fazer”.