"Não nos deslumbramos": sindicatos querem propostas concretas de Pizarro
A abertura do ministro da Saúde para negociar matérias relacionadas com a carreira médica – nomeadamente a fixação do horário de trabalho em 35 horas semanais – não trava a recusa dos médicos em fazer mais horas extra que está a fechar várias urgências no país. Sindicatos "não se deslumbram" e pedem "ações concretas".
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Ao JN, Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), revelou já ter sido contactado pelo gabinete do ministro para voltar a reunir, mas ainda sem data. A garantia de Manuel Pizarro não põe fim à recusa dos médicos em realizar mais do que as 150 horas extra anuais obrigatórias por lei, havendo mais de 2000 recusas.
Para travar a contestação, o movimento Médicos em Luta diz ser necessário a retoma das negociações entre sindicatos e tutela e a celebração de um acordo entre as partes. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) mantém as greves para este mês e novembro.
"O horário médico base passa a ser de 35 horas para os médicos, como aliás é o horário de trabalho de todos os restantes profissionais de saúde. Neste momento, os médicos trabalham 40 horas. Aquilo que o senhor ministro nos disse, e deu abertura, é que os médicos podem escolher um horário de 35 horas", revelou Carlos Cortes após a reunião com Manuel Pizarro, esclarecendo que esta é "uma matéria que os sindicatos têm de pegar e aprimorar com o ministério da Saúde" e revelando que irá convocar uma reunião do Fórum Médico para quinta-feira.