As sondagens valem o que valem, mas, mesmo assim, são indicadores que merecem análise. À falta de um inquérito idêntico em Portugal, valho-me de um francês, publicado, há dias, no semanário "Pèlerin" e citado no jornal "La Croix".
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A percentagem causa calafrios: só um francês entre dez acredita na ressurreição. À pergunta sobre o destino depois da morte, 10% confiam na ressurreição; 7% na reincarnação sobre a terra numa outra vida; 33% em qualquer coisa; e 43% em nada. As percentagens entre católicos são sensivelmente iguais: 13% acreditam na ressurreição; 7% na reincarnação; 40% em qualquer coisa; e 33% em nada. Nos católicos praticantes com regularidade, 57% confiam na ressurreição; 1% na reincarnação; 29% em qualquer coisa; e 8% em nada. Recorde-se que, em 1986, ainda eram 19% os franceses que acreditavam na ressurreição; 30% diziam que não havia nada para além da morte.
O semanário "Pèlerin" reconhece que há um défice pedagógico na educação cristã que se fica pela infância e adolescência e falha nas idades juvenis e adultas. Lá como em Portugal, os rudimentos de catecismo na infância não resistem ao crescimento das pessoas e às informações culturais que recebem e nas quais participam. A educação cristã fica-se pelo infantilismo religioso, reconhecidamente insuficiente e que dura e vale pouco perante os desafios da vida.