Como confirmou o Papa Bento XVI, a Igreja Católica não vigiou suficientemente para prevenir e responder aos casos de abusos sexuais de clérigos. As denúncias, em vários países, já duram há muito, mas não se imaginava que fossem tantas as "maçãs podres"!
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Dentro e fora da Igreja, um ou poucos casos que fossem, e são muitos!, causam, como agora ao Papa, "choque e grande tristeza", como confessou a caminho do Reino Unido (ver texto ao lado).
Sendo a pederastia transversal aos estratos sociais, comprometendo frequentemente até o espaço íntimo e afectivo das famílias, a verdade é que é escabrosa e escandalosa a "perversão do ministério sacerdotal", que Bento XVI também lamenta. Pior ainda quando a Igreja, conhecendo as situações, não actua prontamente. Foi o que sublinhou o Papa: "É uma grande tristeza; uma tristeza também o facto de a autoridade da Igreja não ter sido suficientemente vigilante, veloz e decidida para tomar as medidas necessárias." Foi ainda mais concreto quanto às vítimas: "Como podemos reparar? O que podemos fazer para ajudar essas pessoas a superar este trauma, a reencontrar a vida, a reencontrar também a confiança na mensagem de Cristo?". Respondeu com a necessidade e a urgência de "atenção e compromisso com as vítimas, que é a primeira prioridade, com ajudas materiais, psicológicas e espirituais".
A Igreja Católica não tem apenas de lamentar a actual escassez de vocações sacerdotais. Tem, isso sim, de prestar a devida atenção à formação dos futuros padres para que vivam o seu celibato como caminho de felicidade e de santidade e não como doença que os leve à podridão.