As negociações com os bombeiros estão suspensas, sem data prevista para serem retomadas. Todas as formas de luta, incluindo greves, vão ser analisadas, garante o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS), Leonel Mateus.
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Primeiro, o Governo suspendeu a reunião por falta de "condições de segurança". Mais de uma hora depois de aguardarem a retoma, os dirigentes sindicais foram informados sobre a suspensão, não apenas da reunião de hoje, mas de todo o processo negocial.
Assim que Leonel Mateus comunicou às centenas de sapadores concentrados junto à sede do Governo, no Campus XXI, em Lisboa, os ânimos voltaram a subir de tom. Greve às horas extraordinárias foi de imediato pedida. Houve quem gritasse que o Governo "estava a gozar" com os sindicatos e a "brincar" com os sapadores.
O vice-presidente do SNBS afirmou que a resposta vai ser analisada pelo gabinete jurídico do sindicato e pelos sapadores nos quartéis. "A partir do momento em que o Governo fecha a porta às negociações está tudo em cima da mesa", frisa aos jornalistas.
Leonel Mateus garante que hoje a proposta foi apenas "ligeiramente melhorada" mas ainda muito aquém dos mínimos para parar a contestação. A mudança consistia no aumento do subsídio de risco de 37,5 euros para 50 euros em 2025, que seria aumentado anualmente até atingir os 100 euros em 2027.
"Não concordamos. Têm de explicar por que a vida de um bombeiro vale muito menos do que a de agentes de segurança", critica. Leonel Mateus voltou a garantir que a concentração desta terça-feira foi convocada por um movimento inorgânico espontâneo. E que espera que as negociações sejam retomadas "o mais rapidamente possível".
PSP vai comunicar protesto ao Ministério Público
A PSP vai comunicar ao Ministério Público o protesto de hoje dos bombeiros sapadores junto à sede do Governo, por não ter sido comunicada às autoridades e por utilização ilegal de petardos. Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) refere que a PSP vai elaborar um auto de notícia sobre a manifestação “não legalmente comunicada e remetê-lo ao Ministério Público (MP) com a identificação dos diversos organizadores e participantes”.
A Polícia avança também que vão ser devidamente identificados no auto de notícia a remeter ao MP a utilização de artigos de pirotecnia. Considera “inadequado este tipo de protestos que vão contra as disposições legais em vigor, facto agravado pela utilização, por parte dos manifestantes, de artigos de pirotecnia” que “colocaram em risco a integridade física dos polícias (que se encontravam no local para proteger pessoas e bens), dos jornalistas que se encontram a desempenhar a sua missão de prestação de informação e demais cidadãos surpreendidos, na via pública, por esta ação”.