A Federação Nacional de Professores (Fenprof) entregou, esta quinta-feira, ao ministro da Educação uma proposta de protocolo com dez temas para serem negociados durante a legislatura. À saída da reunião, Francisco Gonçalves, secretário-geral adjunto, revelou que as negociações arrancam em setembro sobre o regime de concursos e de recrutamento.
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Além da falta de professores, a Fenprof pretende por em cima da mesa a valorização dos salários.
"Um professor com 25 ou 30 anos de serviço ganha menos cerca de mil euros do que recebia em 2005 na mesma fase da carreira", garante Francisco Gonçalves. A somar-se a essa perda, há o atual contexto de inflação e a queixa da Comissão Europeia contra o Estado português por "discriminação" por os salários dos professores contratados terem sempre o mesmo índice, independentemente dos anos de serviço.
"O nosso objetivo era percebermos se há disponibilidade do ministro para celebrar um protocolo", explicou à saída do ministério, em Lisboa, manifestando a crença de que João Costa se mostrou disponível, apesar de as prioridades a negociar puderem não coincidir.
Da reunião ficou a "preocupação" com os quase três mil professores não colocados em mobilidade por doença e com os que vão perder a mobilidade estatutária, sublinhou José Feliciano Costa, também secretário-geral adjunto. Há escolas, como por exemplo de hotelaria, Superior de Educação ou os Pupilos do Exército, com "muitos professores destacados" que podem ter dificuldades de recrutamento para setembro, alerta.
O ministro, assegurou José Feliciano Costa, terá garantido que as exposições feitas pelos professores relativamente à mobilidade por doença serão analisadas "caso a caso" e que aguarda um parecer da Direção Geral de Estabelecimentos Escolares para tomar posição.