No último dia oficial da COP29, valores do financiamento climático foram "muito contestados"
Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista Zero, afirma que a proposta de 250 mil milhões de dólares (superior a 240 mil milhões de euros) anuais até 2035, dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento, "não é muito animadora".
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Em chamada telefónica a partir de Baku, capital do Azerbaijão, Francisco Ferreira conta ao JN que os "valores estão a ser muito contestados" pelos países mais pobres. As negociações da cimeira do clima das Nações Unidas vão prolongar-se pelo fim de semana. O presidente da associação Zero acredita que a proposta terá de ser melhorada, uma vez que precisa de existir "consenso no plenário" e há "grupos de países que não vão aceitar" os valores apresentados.
A presidência da COP29, que terminou oficialmente esta sexta-feira em Baku, propôs 250 mil milhões de dólares anuais até 2035 para os países desenvolvidos ajudarem os países em desenvolvimento - mais pobres, os que menos poluem, mas os que mais sofrem com as alterações climáticas. Os 250 mil milhões de dólares anuais tratam-se de financiamento público, ou seja, dinheiro dado pelas nações mais ricas. No entanto, isto não significa, explica Francisco Ferreira, que em "2025, 2026, 2027" será concedido, anualmente, aquele valor. "Significa que até 2035 será atingida essa quantia", aponta ao JN.