Este ano, Portugal já perdeu o correspondente a 36 mil campos de futebol devido aos incêndios.
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Este domingo ao final do dia, os incêndios em Vila Real e em Celorico de Basto teimavam em não acalmar, ameaçando as populações. No primeiro dia do estado de alerta, registaram-se 80 incêndios rurais em Portugal continental, sendo que, pelas 23 horas, estavam ativos 65 fogos, combatidos por 1935 bombeiros e 619 meios terrestres. Desde o início do ano até ao dia 1 de agosto, Portugal perdeu mais de 36 mil hectares nos incêndios, o correspondente a 36 mil campos de futebol. Ponte da Barca e Arouca foram os concelhos com mais área ardida.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), durante o dia, foram registadas 80 ocorrências de fogos no território continental, sendo que os mais significativos eram os de Vila Real (São Cibrão e Sirarelhos) e o incêndio em Celorico de Basto (Lourido). O vento forte empurrou as chamas que lavram na serra do Alvão para a aldeia de Vila Cova, em Vila Real. O fogo, que teve início em Sirarelhos, avançou para Gontães e Vila Cova, estando, ao final do dia, ativo nas três frentes e tendo galgado até ao concelho de Mondim de Basto. O incêndio obrigou a evacuar parcialmente a aldeia de Vila Cova, por precaução.
Perdas na última semana
Em São Cibrão, o cenário era semelhante: o fogo estendeu-se até Sabrosa. No entanto, ao início da tarde, já estava controlado, sem focos ativos, apenas com pontos quentes. Já o fogo em Celorico de Basto, que deflagrou no sábado, continuava a consumir a floresta ao final da tarde, tendo mais de 250 bombeiros mobilizados no combate às chamas.
Entre janeiro e o dia 3 de agosto, houve 4961 incêndios em Portugal que queimaram o correspondente a 36 mil campos de futebol (36.682 hectares), sendo que 45% eram áreas florestais, 44% eram matos e 11% eram terrenos agrícolas. Os concelhos de Ponte da Barca e o de Arouca foram os mais fustigados este ano: em Ponte da Barca, já arderam 6014 hectares e, em Arouca, ficaram queimados 6314 hectares. Penamacor perdeu 2905 hectares nos incêndios e, em Alandroal, foram destruídos 2024 hectares. Os incêndios da semana passada queimaram 1084 hectares em Penafiel.
A região do país mais afetada pelos incêndios foi o Norte (65,64%), seguindo-se o Alentejo, onde foi consumida cerca de 21% do total de área ardida em todo o território. A maioria dos fogos investigados até agora teve mão humana: 14% foram devido a incendiarismo, 16% aconteceram na sequência de queimadas, 1% devido à queima de lixo e 8% foram acidentais. Apenas 1% dos fogos foi de origem natural. O lançamento de foguetes provocou 1% dos incêndios registados este ano.
Animais
Na última semana, a Intervenção e Resgate Animal retirou com vida 60 ovelhas, 19 cães, 16 gatos, 20 coelhos, oito cabras, um burro e um número por determinar de galinhas, perus e periquitos dos incêndios.
Baldios destruídos
Cerca de 85% dos 650 hectares do baldio de Vila Cova poderão ter ficado destruídos pelo incêndio que lavra na serra do Alvão, Vila Real.