Assegurar uma melhor conexão digital e ligações rodo e ferroviárias, como a de alta velocidade, são alguns dos projetos que poderão contribuir para estancar a perda populacional que atinge as regiões raianas, cujo combate se assume como um dos "principais desafios" do plano estratégico de cooperação estabelecido entre o Norte de Portugal e Castela e Leão, em Espanha, até 2027.
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"A crise demográfica assume-se como um grande desafio para o futuro", sendo que "a tendência é de perda, com maior intensidade nas áreas de fronteira", sublinhou, esta segunda-feira, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), António Cunha, durante a sessão de assinatura da declaração conjunta do plano estratégico, que contou também com o conselheiro da presidência do Governo regional de Castela e Leão, Jesús Carnero.
Definir "prioridades para mitigar este efeito e promover o equilíbrio demográfico" tornou-se "vital", realçou o líder da CCDR-N, lembrando que "o reforço da conetividade física e digital do território é estratégico neste contexto". António Cunha vincou que "neste capítulo será muito relevante empreender alguns investimentos, tendo em vista a permeabilidade da zona de fronteira e, também, a ligação à rede de alta velocidade espanhola, que dinamiza economicamente o território"
O plano estratégico aprovado propõe a criação de uma "comunidade territorial", definida "através de dinâmicas colaborativas estáveis entre os cidadãos, as instituições, as empresas e outras organizações dos dois lados da atual fronteira", lê-se num documento conjunto a que o JN teve acesso.
Trata-se de "uma estratégia que convoca não apenas a CCDR-Norte e a Junta de Castela e Leão, mas, também, os governos nacionais e todo o tecido institucional, empresarial, científico, tecnológico e cultural com interesses e objetivos nesta cooperação", destacou o presidente da CCDR-N. Para António Cunha, esta "será uma ferramenta que ajudará a enquadrar projetos públicos e privados entre as regiões no âmbito da aplicação de fundos europeus, com particular foco no Poctep 2021-2027, programa de cooperação transfronteiriça de Portugal e Espanha, que já está aprovado".
Em 2020 residiam no território Norte e Castela e Leão 5,9 milhões de pessoas, das quais cerca de 2,3 milhões na região espanhola e 3,5 milhões na região portuguesa.