Todas as desocupações terão de passar pela Justiça. Há mais senhorios a tentar despejar, mas há menos casos concretizados, devido à contestação dos inquilinos.
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Os pedidos de despejo que entraram no Balcão Nacional de Arrendamento (BNA) aumentaram 17% nos primeiros dez meses deste ano. Apesar disso, há menos 11% de despejos registados, porque os inquilinos contestam mais. A partir de fevereiro, até as desocupações sem oposição têm de ter validação judicial.
O BNA recebeu, até outubro, 2257 pedidos de procedimento especial de despejo, segundo dados revelados pelo Ministério da Justiça, ao JN. Trata-se de um aumento de 17% face ao período homólogo e é o maior valor desde a pandemia de covid-19. Apesar disso, o número de despejos que se concretizaram foi de apenas 839, numa redução de 11% face aos primeiros dez meses de 2022. Isto acontece porque há mais pedidos que vão para tribunal: até outubro, foram feitas 574 contestações, mais 14% do que em 2022 e o valor mais alto dos últimos quatro anos.