Nova sede do Banco de Portugal é "provocação à pobreza", diz ex-presidente da Cáritas
Eugénio Fonseca, atual presidente da Confederação Portuguesa de Voluntariado, critica negócio de 192 milhões de euros de nova sede do Banco de Portugal.
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O antigo presidente da Cáritas Eugénio Fonseca escreveu, este domingo, que a nova sede do Banco de Portugal, com um custo estimado de 192 milhões de euros, é “mais uma provocação à pobreza”. Para o atual presidente da Confederação Portuguesa do Voluntariado, “é preciso convergência política” para se encontrarem soluções para erradicar a pobreza.
“Não saberão gestores como o Dr. Mário Centeno que as câmaras municipais têm listagens enormes de famílias à espera, há muitos anos, de uma casa com condições dignas? Que com 192 milhões de euros se construíam, em média, pelas autarquias, com custos controladas, 962 apartamentos T3 com rendas a custos acessíveis?”, aponta Eugénio Fonseca, num artigo de opinião no jornal “Público”.
Relatório anual
O antigo presidente da Cáritas considera ainda que “seria importante” levar à Assembleia da República o relatório anual da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza, que termina em 2030. A erradicação da pobreza, afirma, “não é responsabilidade de um governo, mas de todos, sendo os maiores responsáveis os que estão na política ativa”.
Sobre a nova sede do Banco de Portugal, o Governo pediu na terça-feira uma auditoria ao negócio. Mário Centeno, governador cessante do Banco de Portugal, afirmou a construção de um novo edifício está a ser pensada “há mais de 50 anos”.