"Na Igreja todos têm lugar e devem ser acolhidos, ouvidos e respeitados", disse D. Rui Valério na homília da primeira missa como patriarca, celebrada no sábado, no Mosteiro dos Jerónimos.
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Afirmando que a Igreja está aberta à participação de todos, o novo patriarca de Lisboa criticou o clericalismo e defendeu a construção de “caminhos de paz num tempo de guerra”. Aos sacerdotes da diocese de Lisboa, D. Rui Valério disse que não quer igrejas como uma espécie de "loja do cidadão", mas sim polos de vida e esperança e uma Igreja de proximidade.
“Se realmente ambicionamos paróquias e comunidades cristãs que não sejam apenas estabelecimentos de serviço, tipo loja do cidadão com oferta do religioso, mas sim que sejam fonte de vida e esperança, de afeto e proximidade, então muito de tudo isso depende do modo como o sacerdote interpreta e realiza a sua existência, a sua pregação e ação", apontou.
Depois da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), D. Rui Valério diz que existe uma “hora desafiante na Igreja”.
“A grande esperança da Jornada Mundial da Juventude não residiu só nem principalmente na quantidade de jovens aqui reunidos, nem apenas no entusiasmo que envolveu aqueles dias, nem o elevado nível pastoral e evangelizador que pudemos testemunhar”, disse o patriarca. Com a JMJ Lisboa 2023, “morreu a vergonha de se ser Igreja, de viver enclausurado no medo de aparecer e testemunhar a esperança que nos move” e morreu “a cultura do temor e ressurgir a Igreja de rosto erguido”.
O novo patriarca prometeu ainda ser a voz dos mais carenciados e excluídos da sociedade e transmitiu, novamente, uma mensagem de esperança e reparação às vítimas de abusos.
Na missa, estiveram Marcelo Rebelo de Sousa, o antigo Presidente Aníbal Cavaco Silva, a ministra da Presidência Mariana Vieira da Silva, o ministro dos Negócios Estrangeiros João Gomes Cravinho, a ministra da Justiça Catarina Sarmento e Castro, o ministro da Administração Interna José Luís Carneiro, o presidente da Câmara de Lisboa Carlos Moedas, e o chefe de Estado Maior da Armada almirante Gouveia e Melo, entre outras personalidades que mereceram o agradecimento do novo patriarca.