Novo provedor da Santa Casa esteve suspenso da banca em Moçambique mas foi absolvido
Paulo Alexandre Sousa será o próximo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Em Moçambique, esteve suspenso de gerir banca devido a um conflito de interesses, mas recorreu e foi absolvido. "Esta decisão comprova que tem a idoneidade necessária para exercer este cargo", defendeu a ministra do Trabalho.
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Maria do Rosário Ramalho foi ouvida, esta quinta-feira, na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, a pedido dos partidos Iniciativa Liberal (IL) e Partido Socialista (PS), por causa da situação financeira da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), a internacionalização dos jogos sociais e a exoneração da Mesa da provedora Ana Jorge.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social apontou que Paulo Alexandre Sousa, de 56 anos, foi antigo presidente da comissão executiva do Banco Comercial e de Investimentos, diretor de financiamento e mobiliário da Caixa Geral de Depósitos e vice-presidente da Cruz Vermelha Portuguesa. "É um economista reputado", afirmou aos deputados. O novo provedor da SCML é licenciado em Gestão de Empresas e pós-graduato em Gestão Bancária.
Maria do Rosário Ramalho disse que Paulo Alexandre Sousa tem "uma vasta experiência internacional", que será determinante por causa da saída da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa do Brasil, cujo projeto de internacionalização do jogo e da lotaria foi cancelado. Fazia parte, atualmente, da direção do núcleo da Costa do Estoril da Cruz Vermelha Portuguesa.
A escolha do nome de Paulo Alexandre Sousa teve também em conta o "perfil financeiro", mas também "em matéria de ação social", disse a governante, que salientou que tem de ser implementado um plano de reestruturação na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
"Possui experiência em matérias relacionadas com o setor imobiliário, tendo sido responsável pela criação do Mercado Social de Arrendamento", apontou, mais tarde, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social num comunicado enviado às redações.
O novo provedor foi também CEO do BCI, o banco moçambicano detido pela CGD e pelo BPI, mas saiu, em 2019, com uma acusação de conflito de interesses. Foi suspenso e condenado ao pagamento de uma multa. Fonte do gabinete da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social explicou ao JN que, em 2020, Paulo Alexandre Sousa recorreu e ganhou o processo. "Foi anulada a multa e a inibição de exercício relativamente a uma decisão injusta e ilegal", esclareceu, acrescentando que Maria do Rosário Ramalho entende, assim, "que a idoneidade para o exercício do cargo não está minimamente beliscada".
A tutela adianta ainda que a data da tomada de posse e da constituição da Mesa da SCML será conhecida em breve.