O primeiro-ministro afirmou, esta segunda-feira, que os novos ministros das Infraestruturas e da Habitação - João Galamba e Marina Gonçalves, respetivamente - têm "provas dadas" e a "experiência governativa" necessária para os cargos. António Costa confirmou que os dois novos governantes darão continuidade às políticas até aqui seguidas nas áreas que irão agora tutelar.
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"São duas pessoas com experiência governativa, que conhecem os meandros da administração, que não se embaraçam com as exigências da transparência e da burocracia necessária à boa contratação pública e que dão garantias de que não haverá descontinuidade no que está a ser executado", afirmou António Costa. Assim, "haverá estabilização e estabilidade na execução das políticas", garantiu.
O chefe do Governo justificou a criação de um ministério da Habitação com o facto de este setor ser hoje "uma preocupação central na sociedade portuguesa". Até aqui, a habitação estava na dependência do ministério das Infraestruturas, tendo Marina Gonçalves sido a secretária de Estado responsável pela pasta.
Costa respondeu ao desafio do presidente da República um dia depois de este ter exigido que o Governo assegure a "estabilidade política" do país. Foi, justamente, em nome dessa estabilidade que o chefe do Governo revelou ter escolhido apostar na "continuidade" das políticas, de modo a que não haja qualquer "abrandamento" ou "hesitação".
Costa também disse concordar com Marcelo Rebelo de Sousa quanto ao facto de 2023 ser um ano "decisivo". No entanto, desdramatizou as onze demissões no Governo em nove meses: o que interessa é a "estabilidade das políticas" e essa "tem-se mantido", alegou.
Galamba é "excelente", Marina deu "boa dinâmica" às políticas de habitação
Costa relativizou o facto de tanto João Galamba como Marina Gonçalves pertencerem ao "núcleo duro" socialista. "Seria estranho que um Governo do PS não fosse composto por pessoas do PS ou da área PS", respondeu.
Instado a justificar as escolhas dos novos ministros, o chefe do Governo afirmou que João Galamba foi um "excelente" secretário de Estado - primeiro da Energia e, mais tarde, do Ambiente e Energia. "O progresso que Portugal fez nos últimos anos, designadamente na transição energética, em muito se deve a ele", frisou.
O primeiro-ministro também elogiou Galamba pela sua "capacidade de executar", desvalorizando o estilo corrosivo que este por vezes adota. Considerou ainda que o novo ministro tem "criatividade para resolver problemas" e "muita energia" para que os fundos europeus sejam "plenamente" usados.
Já sobre Marina Gonçalves, Costa salientou que esta "imprimiu uma boa dinâmica à política de habitação numa fase em que ela ainda estava relativamente embrionária". O facto de ir tutelar "a segunda área que maior volume de recursos financeiros concentra" no PRR - cerca de 2700 milhões de euros - dará à nova ministra "condições acrescidas para a boa execução" das políticas previstas, considerou.
Costa sublinhou ainda que o lugar do ministro das Finanças, Fernando Medina, "não está de modo algum em causa" na sequência do caso Alexandra Reis. Segundo o primeiro-ministro, Medina fez "o que devia fazer" ao demitir a ex-secretária de Estado "quando tomou conhecimento" de que esta recebeu uma indemnização "que chocou o país" (500 mil euros) ao sair da TAP.
Sobre as críticas do líder do PSD, Luís Montenegro - que, pouco antes, tinha considerado Medina um "peso morto", Costa não se alargou: "Quando as oposições forem Governo, formam Governo", limitou-se a atirar.
Esta segunda-feira, o primeiro-ministro escolheu João Galamba para ministro das Infraestruturas e Marina Gonçalves para ministra da Habitação, dividindo assim em dois o ministério até aqui tutelado por Pedro Nuno Santos.
João Galamba era secretário de Estado do Ambiente e da Energia, ao passo que Marina Gonçalves desempenhava a função de secretária de Estado da Habitação.