A incidência cumulativa da covid-19 mantém-se "muito elevada" em Portugal, de acordo com o relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA), revelado esta sexta-feira à tarde. Relativamente à semana anterior, o número de doentes com covid-19 internados nas unidades de cuidados intensivos (UCI) subiu 22%.
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"A 2 de maio de 2022, a incidência cumulativa a 7 dias foi de 740 casos por 100 mil habitantes em Portugal, indicando uma incidência muito elevada, com tendência estável", lê-se no relatório. Face à semana anterior, os casos confirmados aumentaram significativamente: "a 25 de abril de 2022, a incidência cumulativa a 7 dias foi de 556 casos", avançou a DGS e o INSA no relatório da semana passada. Apesar da incidência muito elevada, com tendência estável, o impacto nos internamentos e na mortalidade mantém-se reduzido.
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O número de doentes internados com covid-19 nas enfermarias dos hospitais desceu numa semana. "Com 1 119 casos internados a 2 de maio de 2022", as duas instituições registam uma diminuição de 7% neste parâmetro. O inverso ocorreu nos cuidados intensivos, cujo número de camas ocupadas apresenta uma tendência crescente, de mais 22% relativamente à semana anterior. A 2 de maio, 60 pessoas infetadas necessitavam de cuidados urgentes nos serviços de saúde. A faixa etária com o maior número de casos em UCI é a dos 60 aos 79 anos.
O número de novos casos está crescer entre os mais velhos. A incidência cumulativa a sete dias na faixa acima dos 80 anos é de 703 casos (mais 15% face à semana passada). No entanto, são as pessoas entre os 30 e os 39 anos com mais infetados: registam uma incidência cumulativa de 829 casos.
A mortalidade específica por covid-19, que a ministra da Saúde admitiu esta semana que poderia subir, registou "um valor de 24,1 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes". O número continua acima do limiar definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, sigla em inglês), de 20 óbitos por um milhão de habitantes.
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A DGS e o INSA chamam ainda a atenção para o "aumento de circulação de variantes com potencial impacto na entrada do vírus nas células humanas e/ou na sua capacidade de evadir a resposta imunitária". Ambas referem-se ao "relevante aumento de circulação da linhagem BA.5 da variante ómicron" e ao "recente aumento de circulação de uma nova sublinhagem da BA.2". A situação pode "levar ao aumento da procura de cuidados de saúde e da mortalidade, em especial nos grupos mais vulneráveis".