"Sou candidato à presidência do CDS-PP". As palavras são de Nuno Melo, que confirmou esta tarde de sábado, que disputará a liderança do partido. O eurodeputado centrista rejeita sectarismos, entende que "todos" fazem "falta" no partido e garante que entra nesta corrida para vencer. "É para ganhar que lá vamos!"
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O eurodeputado escolheu o Porto para a apresentação da sua candidatura à liderança do CDS e, tal como a Invicta soube ultrapassar os cercos na sua história, também Nuno Melo promete um espírito combativo para romper com os cercos que visam tornar o CDS-PP num partido irrelevante na política nacional. "Sou candidato à presidência do CDS-PP. Começa aqui hoje uma caminhada com que venceremos todos os novos cercos que querem fazer com que o CDS deixe de ser um dos partidos mais relevantes da democracia portuguesa", concretizou.
Muito crítico da atual liderança de Francisco Rodrigues dos Santos "pela forma como a democraticidade interna do partido está a ser torturada, num dos momentos mais confrangedores da nossa longa existência partidária", o centrista não quer um partido que exclui os seus militantes. "Neste partido, fazem todos falta" e, nesse sentido, não o abandonará caso não seja escolhido para liderá-lo no próximo congresso, marcado para o final de novembro.
Se por alguma razão perdêssemos o próximo congresso, jamais sairíamos do CDS. A menos que fôssemos empurrados", garantiu, em conferência de Imprensa no Palácio da Bolsa, no Porto.
Quanto às razões de uma candidatura, que disse apresentar por "obrigação" e por "um imperativo de consciência", Nuno Melo apresentou três questões, às quais respondeu sempre com um redondo "Não": Pode o CDS ter um bom resultado nas legislativas se concorrer sozinho?, conseguirá ter uma posição digna numa coligação com o PSD? Pode a atual liderança conter o crescimento de partidos como o Chega?.
"O CDS tem de voltar a ser um partido respeitado, o que implica recuperar o friso de credibilidade dos principais protagonistas e ter ideias muito claras e identitárias para Portugal", defendeu Nuno Melo, num salão árabe do Palácio da Bolsa completamente a abarrotar.
E que ideias quer Nuno Melo para o CDS-PP? Por exemplo, ideias que costumam ter conotação com a Esquerda, como a luta por salários dignos. E, ao mesmo tempo, ideias que têm servido de bandeira para o Chega, mas de forma considerada racista, como o combate ao abuso na atribuição de subsídios.
"Temos de ser implacáveis com os que podendo contribuir em sociedade trabalhando, se apropiam de ajudas de que não precisam e são escassas. Isto não é ser extremista! É ter senso! Por isso que fique claro: vale para brancos, vale para pretos, vale para amarelos, vale para ciganos!", afirmou o eurodeputado.