O líder do CDS denunciou, esta sexta-feira, que há empresas a receber faturas de eletricidade com aumentos de 100% e 200%.
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Ao contrário do que garantiu o Governo em relação aos avisos do presidente da Endesa (falou em subidas de 40% este mês), Nuno Melo assegura que os aumentos, praticados em julho, se deveram ao mecanismo ibérico. Por isso, exige explicações do Executivo e promete levar o caso a Bruxelas. O Ministério do Ambiente assegura que os eventuais aumentos de preços não resultam do mecanismo ibérico.
"Nem a maioria absoluta do PS, nem o estilo agressivo de António Costa são capazes de mudar a dureza e a verdade das faturas energéticas que as empresas portuguesas estão a receber", vincou o presidente dos centristas, numa publicação no Facebook, em que revela as faturas de julho de duas empresas com diferentes fornecedores de energia.
Num dos casos, uma empresa que em maio recebeu uma fatura de 2070,54 euros da Aldo Energia SL, teve que pagar 4579,19 euros em julho por um consumo "similar". Em outro caso, uma empresa que, em maio, tinha recebido uma fatura de 558,8 euros da EDP, pagou 2798 euros em julho.
"Não são aumentos de 40% em julho. São aumentos de 100% e de 200%", aponta Nuno Melo, culpando o mecanismo ibérico. Por isso, exige explicações do Governo e vai levar o caso a Bruxelas: "Vou colocar uma pergunta à Comissão Europeia e tentarei que o tema seja discutido em comissão do Parlamento Europeu".
Travão do mecanismo
"Numa democracia, os factos falam mais alto do que os discursos e as encenações", sublinha, ainda, Nuno Melo, referindo-se ao facto de o Ministério do Ambiente ter considerado "alarmistas" os avisos do presidente da Endesa, que antecipou aumentos.
Ao JN, o ministério tutelado por Duarte Cordeiro nega: "Em caso algum, os aumentos de preços que se possam vir a verificar resultam do mecanismo ibérico. Pelo contrário, a existência do mecanismo permite que os consumidores expostos ao mercado spot de eletricidade obtenham preços substancialmente inferiores face aos que iriam encontrar se esta medida não tivesse sido criada". Pede, assim, que "qualquer anormalidade no aumento de preços" seja "comunicada à ERSE".